14/12/2018 13:10:06
Cultura
Exposição “Cerâmica Hermética” reflete busca do homem por identidade
A exposição “Cerâmica Hermética” está no salão principal da Casa da Cultura, na Praça Luiz Pereira Lima, no Centro de Arapiraca
Genival SilvaPeças foram feitas na Cerâmica Santa Rita, em Lagoa da Canoa
Assessoria

Olhando para trás, é impensável que o homem chegou a escravizar pessoas cujo sangue nas veias era o mesmo.

Neste 2018, celebram-se os 130 anos do fim da escravidão no Brasil – o último país por essas bandas a fazê-lo, graças a heróis anônimos que deram suas vidas diariamente pela liberdade que se vivencia hoje.

Pensando nisso, o arquiteto delmirense radicado em Arapiraca, Rafael Gomes Brandão, idealizou um excêntrico projeto, inaugurado durante a primeira edição da Feira Literária de Arapiraca (Fliara).

A exposição “Cerâmica Hermética” está no salão principal da Casa da Cultura, na Praça Luiz Pereira Lima, no Centro, desde o mês passado e permanece até esta sexta-feira (14) até as 18h, com uma mensagem muito forte: nossas próprias raízes são desconhecidas.

Não apenas no tocante do oculto, mas por desfazimento cultural, a cultura negra por muito tempo foi tida como inferior, estigma carregado junto com todo esse processo escravista e inumano.

Aos poucos, esse cenário vem mudando e é o que explora Rafael com sua sensibilidade semiótica. Como o nome diz, a mostra carrega claras referências ao multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal.

A inspiração veio da música “Slaves Mass” (em tradução livre, “Missa dos Escravos”), do álbum de mesmo nome lançado em 1976 que deu a ele ainda mais projeção internacional, e da canção “O Ovo”, de sua época na banda Quarteto Novo, lançada em 1967 no debut.

Segundo o arquiteto arapiraquense, na “Slaves Mass”, ele teve o intuito de concretizar a ideia de Hermeto que “homenageou os negros escravizados, bem como os perseguidos e presos políticos que, no Nordeste, eram torturados em troncos de barrigudas, submetidos à dor de seus espinhos robustos pelas ditaduras opressoras de um ontem não muito distante”.

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