Do TodoSegundo com G1 PE
Morreu no Recife, nesta quarta-feira (23), o escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna, aos 87 anos. Ele estava internado desde a noite de segunda (21) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia na mesma noite após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico.
Segundo boletim médico, o escritor faleceu às 17h15. "O paciente teve uma parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana". O corpo do escritor está sendo velado no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, que decretou luto oficial de três dias. O enterro está previsto para a tarde de quinta-feira (24), no cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.
Sua visita a Palmeira dos Índios
Em 15 de junho de 2012, véspera do seu aniversario, Ariano Suassuna, estive em Palmeira dos Índios, onde visitou a Casa Museu Graciliano Ramos, na Avenida José Pinto de Barros no centro da cidade. O objetivo da visita do escritor, a terra onde Graciliano Ramos foi prefeito, foi para gravar cenas para um documentário sobre o Nordeste do Brasil.
Na oportunidade, estava lá o professor Cosme Rogério, Licenciado em Filosofia, mestrado em Sociologia e colunista do Portal Todo Segundo, que expressa sua satisfação ressaltando que esse foi um momento histórico poder reencontrar o escritor desta vez em sua cidade.
–Estávamos na expectativa da vinda do mestre a nossa cidade e de poder reencontra-lo mais uma vez. Na ocasião perguntei, mestre Suassuna, posso tirar uma foto novamente com o senhor? – E onde foi que a gente tirou outra antes? – perguntou-me sorridente e acolhedor, como sempre, estendendo-me a mão em cumprimento”.
–Em duas oportunidades. A primeira foi no V Congresso Brasileiro de Bioética, em 2004. A segunda, no Festival Literário de Garanhuns, quando lhe dei de presente uma maraca indígena, feita pelos xukuru-kariri daqui, pelos seus 80 anos. – Ah, eu sabia que lembrava de você de algum lugar...
–Assim foi o meu terceiro contato pessoal com o imortal Ariano Suassuna, que visitou a Casa Museu Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios.
Ativo até o fim
Ariano Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em João Pessoa, e cresceu no Sertão paraibano. Mudou-se com a família para o Recife em 1942. Mesmo com os problemas na saúde, ele permanecia em plena atividade profissional. "No Sertão do Nordeste a morte tem nome, chama-se Caetana. Se ela está pensando em me levar, não pense que vai ser fácil, não. Ela vai suar! Se vier com essas besteirinhas de infarto e aneurisma no cérebro, isso eu tiro de letra", disse ele, em dezembro de 2013, durante a retomada de suas aulas-espetáculo.
Em março deste ano, Ariano foi homenageado pelo maior bloco do mundo, o Galo da Madrugada. Ele pediu que a decoração fosse feita nas cores do Sport, vermelho e preto, e ficou muito contente com a homenagem. “Eu acho o futebol uma manifestação cultural que tem muitas ligações com o carnaval”, disse, na ocasião.
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