O escritor alagoano Graciliano Ramos deixou um grande legado cultural para o mundo, a partir dos livros que escreveu, e também político. Ele nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, e em 1910 mudou-se com a família para Palmeira dos Índios. Em 1927 foi eleito prefeito da cidade, assumiu o cargo em 1928 e renunciou em 1932. Apontado como o melhor escritor de ficção do Modernismo, um movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do século XX, sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas, foi com a obra Vidas Secas, escrita entre os anos de 1937 e 1938, que o alagoano mostrou para o mundo os problemas sociais do Nordeste.
Lembrado este ano pela imprensa nacional como O Estadão, IstoÉ, Estado de Minas e Uol, o livro, traduzido em três idiomas, vendeu mais de 10 milhões de cópias e, em 2018, completa 80 anos da primeira publicação. Ilustrado pela editora José Olympio, o título original era “Um Mundo Coberto de Penas”, mas José Olympio e o irmão Daniel Ramos convenceram Graciliano a mudar o título comprido para Vidas Secas. Considerada a obra mais importante do escritor, ela foi inspirada em muitas histórias que Graciliano acompanhou na infância sobre a vida dos retirantes. Vidas Secas, narrada na 3ª pessoa, conta a vida do pai de família Fabiano e a cadela Baleia, considerados os personagens mais famosos da literatura brasileira, a fuga da família, a desonestidade do patrão, a arbitrariedade da classe dominante, impossibilitada de adquirir o mínimo de sobrevivência, além de destacar a sociedade e o governo injustos.
A partir da homenagem que a imprensa do país prestou a Graciliano Ramos e à obra Vidas Secas, Palmeira dos Índios também ganhou destaque. O Governo Municipal trabalha para resgatar o legado cultural e histórico do município, que foram ignorados por gestões passadas. No ano passado, a I Festa Literária de Palmeira dos Índios (FliPalmeira) e a Semana Graciliano Ramos reuniram centenas de escritores, artistas e intelectuais brasileiros que voltaram os interesses para o município e, consequentemente, para a vida e obra de Graciliano. Com os casarios, museus e casarões, Palmeira é uma cidade que respira cultura.
Desde o início de 2017, o prefeito Júlio Cezar e toda a equipe de governo trabalham para manter viva a memória de Graciliano na cidade, que há muito tempo estava esquecida. “Uma de nossas primeiras ações, na área cultural, foi devolver à população a Casa Museu Graciliano Ramos. Tratamos de fazer uma rápida reforma no auditório da Casa e muitos eventos de música, teatro, palestras e apresentações cinematográficas têm sido realizadas lá. A Casa Museu, onde abriga os pertences e a história de Graciliano, a casa onde ele viveu com a família, estava totalmente desprezada. Tratamos de reverter a situação e o Iphan nos ajudou a revitalizar a Casa e, em breve, vamos inaugurar um espaço totalmente novo e moderno, como merece Graciliano, a família dele que visita a nossa cidade e a população”, afirmou o prefeito Júlio.
E continuou. “Vivemos em uma cidade que respira cultura e que tem um legado incrível em vários setores das artes. Para citar apenas alguns exemplos, temos o Jofre Soares na dramaturgia, a viúva Porcina, que virou personagem de novela, o cantor Carlos Moura e tantos outros palmeirenses que brilham na música do nosso estado e no Brasil como Jacinto Silva e o nosso Graciliano. Mesmo ele não tendo nascido aqui, foi nesta terra que ele escreveu livros, foi prefeito e formou sua família. Estamos muito felizes por ele e Palmeira terem sido lembrados pela imprensa nacional. A nossa luta é para que a memória dele, e de tantos outros que nos orgulham, não morra. Graciliano Ramos estará, para sempre, marcado em nossas vidas e na história da literatura brasileira que ele tanto nos representa”, finalizou o prefeito.
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