Por mais de uma década, os clubes de futebol confrontavam-se com ideias de exposição do Campeonato Brasileiro, de um lado, e de ganhar migalhas de outro. No meio do caminho, houve propostas importantes, como a da Prevent, que oferecia perto de R$ 800 milhões. Uma parte grande dos clubes desconfiava da oferta. Sempre se duvidou das garantias do dinheiro.
Mais tarde, em 2017, a CBF convocou os clubes da Série A para um processo de concorrência. Quem ganhou, a BR Foot, teve o compromisso de injetar R$ 550 milhões. Não pagou uma parcela de R$ 100 milhões em dezembro de 2018 e acabou processada pela CBF.
Durante todos estes anos, havia discussões entre ganhar mais dinheiro ou oferecer uma degustação, por menor valor e maiores condições de abrir mercado para o futuro. No processo vencido pela BR Foot, que inicialmente nem estava na licitação, o Flamengo e o Athletico Paranaense preferiam uma oferta de um fundo de Luxemburgo, que oferecia menos dinheiro e, supostamente, mais divulgação.
A proposta atual só será definida em reunião na próxima sexta-feira. Deve oferecer perto de US$ 40 milhões por um contrato de quatro anos. Pode-se julgar o valor pequeno, mas o conceito está correto.
Não existe valor para o futebol brasileiro no exterior. Não há exposição e o Brasileirão só passa em emissoras de tevê da Europa ou da Ásia como complemento de grade, muitas vezes de madrugada. Ao vivo, passa na Inglaterra, quando há férias na Europa.
A ideia agora é unir os 19 clubes da Série A, exceção ao Athletico Paranaense, receber um dinheiro pequeno, mas com garantia, e expor o Campeonato Brasileiro. Também melhorá-lo. Qualquer grande torneio deve ser visto como uma plantinha. É preciso olhar todos os dias e regar os lugares secos, observar onde tem água demais. Cuidar do que dá certo e melhorar o que está errado.
Se o Brasileirão for cuidado assim, daqui a quatro anos, o valor será maior.
Foi o que aconteceu com a Premier League. Nos primeiros anos, ela se expunha quase de graça. Quando o mundo começou a se apaixonar pelas partidas de Manchester United, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Tottenham e Manchester City, o preço subiu. Hoje, só a Liga Espanhola rivaliza com a inglesa tantos nos valores internos, quanto nos direitos internacionais.
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