DivulgaçãoPalmeira dos Índios: os votos que brotam durante a seca Todo SegundoPor Deraldo Francisco
Há muito tempo que se fala que a seca é uma “desculpa natural” para os prefeitos conseguirem mais recursos federais para os seus municípios. Normalmente, esse dinheiro carimbado se perde no caminho e é justificado com as notas frias. Isso não é mentira, nem meia verdade. É verdade verdadeira. Pois é, há quem tenha coragem de tirar dividendos do flagelo da seca.
Foi-se o tempo em que seca era um problema apenas das cidades sertanejas. Hoje, até prefeitos de cidades da região metropolitana de Maceió estão reclamando da estiagem prolongada. O Agreste está acinzentado, reflexo da falta de chuvas. O gado está comendo a raiz porque ainda um pouco de vida do pasto.
Em Palmeira, que fica meio Agreste meio Sertão, o mato está seco. As barragens estão secas. O abastecimento de água está prejudicado. Comprometido. Há mais de um ano a Casal vinha pedindo à população de Palmeira que consumisse água de forma racional. Quase no estilo “beba com moderação”. A água estava escassa e ia se acabar.
Uma situação péssima para muita gente, mas, uma ótima oportunidade para poucas. E não falo daqueles que vivem da comercialização da água. Falo daqueles que exploram a sede das pessoas para amarrá-las como eleitores. Aqueles que, se aproveitando da sede do povo – notadamente quem mora nos sítios – leva a água para essas localidades “de graça”, mas cobram a fatura depois. Desta forma, para esses políticos, quanto maior a seca, melhor. Quanto menos água da chuva, maravilhoso.