A morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, 16 anos, continua repercutindo em Palmeira dos Índios e em Alagoas. Em novo desdobramento, o advogado da família, Gilmar Menino, se pronunciou, condenando a conduta da Polícia Militar na abordagem que resultou na morte do jovem.
Segundo o advogado, a ação policial foi marcada pela violência e desastrosa: “Ceifaram a vida de um adolescente cheio de sonhos. “Foi uma abordagem truculenta e, sobretudo, desastrosa, protagonizada pela Polícia Militar do Estado de Alagoas.”, declarou Gilmar ao Portal Todo Segundo.
O representante legal da família informou ainda que os parentes da vítima estão profundamente abalados, enfrentando um momento de intensa dor e perplexidade. “A família está em estado de choque, vivendo um luto profundo e doloroso. Ainda tentam compreender como uma ação policial pôde resultar em uma tragédia dessa magnitude”, afirmou.
O advogado também anunciou que as providências legais estão em andamento: “As medidas jurídicas cabíveis estão sendo adotadas. A responsabilidade pelos fatos será cobrada dentro do que determina a lei.”
A defesa da família espera que as investigações conduzidas pela Delegacia Regional de Palmeira dos Índios e acompanhadas pelo Ministério Público possam esclarecer com imparcialidade e transparência o que de fato ocorreu.
A declaração do advogado se soma à crescente mobilização por justiça, que envolve lideranças locais, autoridades estaduais e a sociedade civil.
O Caso
Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, morreu na noite deste sábado (03), após uma perseguição policial em Palmeira dos Índios, Alagoas. O caso gerou grande comoção na cidade e levantou questionamentos sobre a conduta policial.
Versão da Polícia Militar
Segundo a Polícia Militar de Alagoas (PMAL), Gabriel foi flagrado realizando manobras perigosas com uma motocicleta na Avenida Bráulio Montenegro, no bairro Vila Maria. Ao desobedecer ordens de parada, iniciou-se uma perseguição. Ainda conforme a PM, durante a fuga, o adolescente teria sacado um revólver calibre .38 e efetuado disparos contra a guarnição, que revidou. Gabriel foi atingido, socorrido pelos próprios policiais e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos. A arma teria sido apreendida no local com cinco munições intactas e uma deflagrada.
Contestação da Família
Familiares contestam a versão policial. Flávia, tia de Gabriel, afirmou que o sobrinho não estava armado e que a família foi impedida de acompanhar o atendimento médico na UPA. Ela relatou que ele havia saído de casa para comprar alface e estava retornando ao quiosque da família, onde trabalhava com a mãe .
Moradores e amigos também expressaram indignação nas redes sociais, afirmando que Gabriel era um jovem trabalhador, não consumia bebidas alcoólicas ou drogas e havia recentemente iniciado seu próprio negócio de massas .
Investigação em Andamento
Diante das divergências, a Polícia Militar informou que instaurará um procedimento investigatório para apurar a conduta da guarnição envolvida na ocorrência. A Polícia Civil também acompanha o caso, e o laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) será fundamental para esclarecer a causa da morte do adolescente .
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