Durante a reconstituição da morte de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, 16 anos, realizada nesta terça-feira (15), em Palmeira dos Índios, o advogado Raimundo Palmeira, que representa os policiais militares investigados, saiu em defesa dos agentes e rechaçou a tese de execução sumária, como aponta a família da vítima.
"Falar em execução é precipitado. A dinâmica da ocorrência não mostra uma ação com vontade de matar. Houve uma perseguição, uma tentativa de abordagem. Não houve disparo à distância. Houve aproximação. Isso mostra que não havia premeditação", afirmou o advogado ao Portal Todo Segundo.
Palmeira também reforçou que a defesa acredita na versão apresentada pelos seus clientes e que a arma encontrada com Gabriel — um revólver calibre .38 — pertencia a ele, conforme relataram os policiais.
"A versão dos nossos clientes é de que aquela arma estava com a vítima, com a pobre vítima. Acreditamos neles. Mas é claro: tudo ainda está sob apuração. É cedo para se falar em tese fechada. O inquérito está em andamento, e temos que aguardar os desdobramentos", completou.
Para o defensor, o episódio deve ser analisado com cautela, levando em consideração o contexto da perseguição e os riscos enfrentados pelos agentes.
"Se houvesse intenção de matar, os policiais teriam disparado de longe. Era um alvo fácil, uma moto na frente. Mas não: houve aproximação, tentativa de contenção. Algo naquele momento foi interpretado como confronto, e aí veio o disparo", argumentou.
A fala do advogado acontece em um momento de forte comoção social, em que a família de Gabriel denuncia execução e cobra responsabilização imediata dos policiais. A reprodução simulada trouxe à tona novamente as versões conflitantes e deverá embasar o relatório conclusivo da Polícia Civil, que será entregue ao Ministério Público nas próximas semanas.
E-mail: portaltodosegundo@hotmail.com
Telefone: 3420-1621