A morte de um adolescente de 16 anos durante uma perseguição policial, na noite deste sábado (3), gerou comoção e controvérsia em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas. Identificado como Gabriel Lincoln Pereira da Silva, o jovem foi baleado após uma troca de tiros com policiais militares do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), segundo a versão da corporação.
O caso teve início no bairro Vila Maria, onde, de acordo com a Polícia Militar, Gabriel foi flagrado realizando manobras perigosas com uma motocicleta na Avenida Bráulio Montenegro. Ao notar a aproximação da viatura, ele teria desobedecido à ordem de parada e iniciado fuga por várias ruas da cidade.
Ainda segundo os policiais, durante a perseguição, o adolescente teria sacado um revólver calibre 38 e disparado contra a guarnição. Diante disso, os agentes revidaram e atingiram o jovem. Mesmo ferido, ele foi socorrido pelos próprios militares e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos.
A versão da polícia, no entanto, é contestada por familiares. Flávia, tia do adolescente, afirma que a família foi impedida de acompanhar o atendimento médico e de receber informações sobre o estado de saúde do jovem enquanto ele ainda estava na unidade.
“Não deixaram a gente entrar, nem deram notícia. Só depois vieram dizer que ele tinha morrido. A gente quer entender o que realmente aconteceu”, declarou.
Testemunhas relataram ter visto a perseguição pelas ruas do município, mas não presenciaram o momento dos disparos. Uma arma de fogo foi apreendida na cena da ocorrência e será submetida à perícia, o que pode ajudar a esclarecer se o adolescente chegou, de fato, a atirar contra os policiais.
Após a constatação da morte, o corpo de Gabriel foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca, onde passou por exames cadavéricos que devem ajudar a esclarecer as circunstâncias do óbito.
Diante das divergências e da comoção gerada pelo caso, a família do adolescente pede uma apuração rigorosa e transparente por parte das autoridades. O inquérito está sob responsabilidade da Delegacia Regional de Palmeira dos Índios, e o Ministério Público de Alagoas também deverá acompanhar as investigações.
O laudo cadavérico, os exames balísticos e os depoimentos dos envolvidos serão fundamentais para esclarecer as circunstâncias exatas da morte do jovem.
Até o momento, o 10º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento na região, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
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