08/05/2025 07:11:14
Polícia
Caso Gabriel Lincoln: local onde menor foi baleado não tem câmeras; diz delegado
Área sem monitoramento impede a checagem da versão policial sobre o suposto confronto
PC/ALAlexandre Leite que comanda a Diretoria de Polícia Judiciária da Região 3 (DPJ3) é um dos delegados
Todo Segundo

A Polícia Civil informou, nesta quarta-feira (7), que o local onde o adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, 16 anos, foi morto após uma abordagem policial, não conta com câmeras de videomonitoramento. O caso aconteceu em Palmeira dos Índios e segue cercado de controvérsias, especialmente diante da ausência de imagens do momento exato em que o jovem foi baleado.

Segundo o delegado Alexandre Leite, da Diretoria de Polícia Judiciária 3 (DPJ3), foi possível obter imagens de toda a perseguição policial, com exceção da área onde ocorreu a morte. “Conseguimos imagens de toda a perseguição, com exceção do local onde o adolescente foi baleado. Não tem câmeras em um raio de 300 metros. Então, não deu para captar o momento do fato”, afirmou.

A versão apresentada pela Polícia Militar alega que Gabriel teria efetuado um disparo contra os agentes, o que teria motivado o revide. Contudo, populares e familiares da vítima contestam essa versão, afirmando que não houve troca de tiros. De acordo com relatos de testemunhas, não foram ouvidos disparos antes de Gabriel cair ao chão, o que coloca em dúvida a narrativa dos militares.

Uma arma de fogo, que supostamente estaria em posse do adolescente, foi apreendida pelos policiais e encaminhada para a perícia técnica. A principal dúvida é se a arma foi realmente utilizada ou estava em condições de uso. “A arma foi encaminhada à perícia para saber se efetuou disparos recentemente ou se está apta para uso. Solicitamos urgência nos resultados”, disse o delegado.

Enquanto os laudos periciais não são concluídos, a Polícia Civil já deu início à tomada de depoimentos. Moradores da região, testemunhas oculares e parentes do jovem estão sendo ouvidos. Os policiais militares envolvidos, no entanto, só serão interrogados após a coleta de todos os demais elementos do inquérito.

“Os policiais serão ouvidos ao final da coleta de mais elementos dentro do inquérito policial”, confirmou Leite.

A morte de Gabriel Lincoln gerou forte repercussão em Palmeira dos Índios e em todo o estado. Entidades de direitos humanos acompanham o caso e pedem que a investigação seja conduzida com isenção e rigor. Familiares do adolescente negam que ele estivesse armado ou que tivesse disparado contra os agentes, e exigem justiça.

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