
A Polícia Civil de Alagoas indiciou o proprietário da clínica de reabilitação onde ocorreu a morte da esteticista Cláudia Pollyanne Farias de Sant’Anna, de 41 anos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (1º), após a conclusão do inquérito no último dia 20 de novembro. O crime, registrado em agosto deste ano em Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, foi enquadrado como homicídio doloso.
A investigação, conduzida pela delegada Ana Luiza Nogueira, coordenadora das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs), apontou um cenário de violência sistemática dentro da comunidade terapêutica. O indiciamento ocorre em meio a denúncias de abusos que vieram à tona após a morte da esteticista.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML), divulgado em 25 de agosto, confirmou que Cláudia Pollyanne morreu por insuficiência respiratória decorrente de agressões físicas e intoxicação por medicamentos de uso controlado.
O exame cadavérico identificou lesões em diferentes estágios, indicando violência repetida. Já a análise toxicológica revelou a presença de diversos fármacos, entre eles antidepressivos, antipsicóticos e benzodiazepínicos, cuja combinação pode levar a coma e parada respiratória.
Os proprietários da clínica tiveram a prisão preventiva decretada. O dono — agora indiciado por homicídio doloso — foi localizado em um motel, após ser considerado foragido. Já a coproprietária é investigada por abuso sexual contra uma adolescente internada na instituição.
Após a repercussão do caso, novas vítimas procuraram a Polícia Civil para registrar boletins de ocorrência, ampliando o número de denúncias relacionadas à atuação da comunidade terapêutica.
A apuração ainda está em andamento, agora sob responsabilidade de uma comissão de delegadas, e pode resultar no indiciamento de outros envolvidos. A Polícia Civil informou que aguarda a definição da Justiça sobre qual vara ou comarca será responsável por processar o caso — passo considerado fundamental para garantir a validade jurídica de todos os procedimentos derivados do inquérito.
O caso segue mobilizando autoridades e expõe uma realidade de possíveis práticas criminosas dentro de espaços destinados ao cuidado e à reabilitação de dependentes, reforçando a necessidade de fiscalização e responsabilização.

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