24/07/2025 17:37:59
Polícia
Em 2024, Alagoas teve média de 2,3 mortes por policiais a cada 100 mil habitantes
Estado registrou 2,3 mortes por 100 mil habitantes em 2024; maioria das vítimas é jovem
ReproduçãoLetalidade policial em Alagoas preocupa: 2,3 mortes por 100 mil habitantes em 2024
Todo Segundo

Mesmo fora da lista dos dez estados com maior taxa de letalidade policial em 2024, Alagoas segue em estado de atenção. Com 2,3 mortes causadas por policiais a cada 100 mil habitantes, o estado se mantém próximo da média nacional (2,9), segundo o novo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24). O levantamento, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta um total de 6.243 mortes decorrentes de intervenções policiais no país — uma média de mais de 17 por dia.

Apesar da redução de 2,7% em relação ao ano anterior (quando houve 6.413 óbitos), o dado escancara a permanência de um padrão de violência policial com forte recorte racial, social e territorial. Em Alagoas, o perfil das vítimas reflete a tendência nacional: homens negros, jovens, moradores das periferias e das regiões mais vulneráveis do estado. 

O Anuário destaca que 78,4% das vítimas de ações policiais no Brasil eram pessoas negras. Segundo o Fórum, uma pessoa negra tem 3,5 vezes mais chances de morrer numa ação policial do que uma pessoa branca. A constatação revela o racismo estrutural que ainda permeia o modelo de segurança pública em boa parte do país.

Em Alagoas, o reflexo é evidente. Embora os números absolutos não estejam entre os mais altos, os casos continuam a causar comoção. Em maio deste ano, por exemplo, a morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, durante uma perseguição policial em Palmeira dos Índios, gerou indignação e mobilização do Ministério Público. O caso reacendeu o debate sobre o uso da força e a ausência de protocolos que garantam a vida, especialmente de jovens periféricos.

Para especialistas em segurança pública e direitos humanos, os números devem ser interpretados à luz do modelo de policiamento adotado, especialmente em áreas como a região Metropolitana de Maceió e o Agreste do Estado, onde operações com desfechos letais vêm sendo registradas nos últimos anos.

Panorama nacional

O cenário nacional mostra a Bahia no topo do ranking de mortes por intervenção policial, com 1.556 registros em 2024. Em seguida vêm São Paulo (813), Rio de Janeiro (703), Pará (606) e Paraná (400). Somados, esses cinco estados respondem por mais de 65% de todas as mortes causadas por policiais no Brasil.

Mas quando o critério é a taxa proporcional à população, o destaque — negativo — vai para o Amapá, com impressionantes 17,3 mortes por 100 mil habitantes, seguido por Bahia (10,5), Pará (7,0), Sergipe (6,3) e Mato Grosso (5,6). O dado escancara a violência em estados com menor população, mas com atuação policial mais agressiva.

E-mail: portaltodosegundo@hotmail.com
Telefone: 3420-1621

Todo Segundo - O maior portal de notícias do Agreste e Sertão de Alagoas.. ©2025. Todos os direitos reservados.