Divulgação / PFMédico e mais duas pessoas são presas por desviar verba do SUS Todo SegundoDo Todo Segundo
Três pessoas foram presas, entre elas um médico, durante uma operação denominada Hoder deflagrada pela Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (13), nos estados de Alagoas, Sergipe, Bahia e Goiás.
De acordo com as investigações, o grupo é suspeito de desviar verba do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de glaucoma. Eles faziam diagnóstico falso para conseguir dinheiro para mais medicamentos.
O superintendente da PF em Alagoas, Bernardo Gonçalves, informou que algumas pessoas diagnosticadas com glaucoma usavam colírios, mas não tinham a doença.
"Pra execução desse crime, que é o estelionato qualificado, a organização criminosa lança mão de vários artifícios. O que causa mais repulsa e indignação é o diagnóstico de glaucoma em indivíduos sadios", informou.
Ainda de acordo com a PF, os suspeitos receitavam uma quantidade de colírio além do necessário. Eles também teriam feito com que pacientes assinassem por uma quantidade do medicamento e recebiam menos.
“A apuração começou por meio de denúncias e com levantamento o delegado instaurou inquérito e aprofundou as investigações. São três clínicas em Alagoas. Em Maceió, Arapiraca e Penedo todas do mesmo grupo", destacou.
No total foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária, um de condução coercitiva e oito de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal. Além da capital alagoana, as buscas também acontecem nas cidades de Marechal Deodoro (AL), Itabaiana (SE), Brumado (BA) e Goiânia (GO).
Um dos alvos das investigações foi o prédio do Instituto Oftalmológico de Alagoas (Iofal), no Benedito Bentes. Participaram da operação auditores da Receita Federal que, segundo Gonçalves, investiga um suposto enriquecimento ilícito de gestores das clínicas.
Os integrantes envolvidos nessa ação criminosa devem responder por associação criminosa, estelionato qualificado e lavagem de dinheiro. Ainda segundo o superintendente, com relação ao diagnóstico falso, não haverá acusação. “Não há a princípio um crime contra a saúde pública porque não existe essa tipificarão no código de processo penal”, disse.