A segunda fase da Operação Flashback II, que atua no combate ao principal núcleo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foi deflagrada nesta terça-feira (28). O trabalho integrado envolve a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas (SSP/AL), o Ministério Público do Estado de Alagoas, o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), a Polícia Federal (PF), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), através da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI); a Polícia Civil de Alagoas, por meio da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic); e a Polícia Militar de Alagoas, através do Batalhão de Operações Especiais (BOPE).
Nesta segunda fase, os mandados são cumpridos em Alagoas, Pernambuco, Ceará, Bahia, Paraíba, Piauí, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. O GAECO/SE também cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão, decorrente de Procedimento Investigatório Criminal instaurado em seu Grupo, a partir dos resultados da primeira fase da Operação Flashback.
Participaram, de forma articulada, do cumprimento dos mandados, os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECOs), as Polícias Civis e Militares, e as Secretarias de Ressocialização dos estados envolvidos. A operação nacional teve o apoio imprescindível da 17ª Vara Criminal de Maceió, que deferiu a expedição dos mandados judiciais.
Simultaneamente, a PF, através da sua Delegacia de Repressão a Entorpecentes, também deflagrou operação contra o PCC. A investigação que culminou na Operação Flashback II foi instaurada no GAECO/AL, a partir de relatório produzido pela Assessoria Integrada de Inteligência, da SSP/AL, que prestou a análise de inteligência em segurança pública da investigação, em conjunto com a Polícia Civil do Estado de Pernambuco, por meio da sua Diretoria de Inteligência (DITEL).
Na totalidade, as forças integradas cumprem 212 mandados de busca e apreensão, e de prisão, distribuídos em 71 municípios, localizados em quatro regiões brasileiras. O propósito é de desarticular a nova composição da facção que tem base no Mato Grosso do Sul, de onde saem as ordens de justiçamento para todo Brasil.
A região Nordeste é a que concentra o maior número de ações da operação, contabilizando oito estados e 179 mandados judiciais expedidos. Alagoas e Ceará ficam em evidência entre os estados. As ações em Alagoas ocorrem em Maceió, que concentra o maior número de alvos, ao todo 73, e outros 10 municípios, totalizando 98 cumprimentos de mandados judiciais pelos agentes públicos.
A Polícia Federal em Alagoas sincronizou suas investigações com os demais órgãos envolvidos, já que alguns dos alvos eram investigados paralelamente. Desta forma, os policiais federais deflagraram a operação NJORD, com o objetivo de dar cumprimento a 39 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em Maceió, São Paulo e em cidades do Mato Grosso do Sul e Paraná, visando desarticular um ramo do PCC que remetia drogas a Alagoas.
Damas do crime
Nas investigações da Operação Flashback II, desencadeadas pelas equipes da Deic de Alagoas, ficou observado o protagonismo das mulheres ligadas ao PCC, com notado avanço na ocupação de cargos de chefia no organograma da organização criminosa. De acordo com os levantamentos minuciosos da referida unidade da Polícia Civil de Alagoas, as mulheres têm perfil igualmente violento quanto o dos homens da facção, quando definem julgamentos ocorridos nos tribunais do crime.
As que possuem funções disciplinares conduzem normalmente estes rituais, elaborando as suas “peças conclusivas”, que resultam em condenações ou absolvições. Elas aplicam as mais diversas penas, inclusive assassinando rivais ou mesmo membros transgressores do PCC.
Ficou constatado pela unidade especializada que o núcleo das Damas do Crime é composto por 18 mulheres e apenas um homem que, somados aos demais núcleos da operação, totalizam 40 mulheres alvos de mandados de prisão e busca e apreensão, que correspondem a 18% do total de alvos da operação.
Vale destacar que na fase I da Operação Flashback, apenas sete mulheres foram alvo de mandado judicial, o que agora corresponde a um aumento de 557% nesta segunda etapa.
Efetivo mobilizado
Para garantir o cumprimento de todos os mandados de prisão e demais trâmites cartorários, aproximadamente 1000 policiais federais, civis e militares de todos os estados onde a facção foi pontuada, foram envolvidos.
Em Alagoas, pela Polícia Militar, participaram da operação guarnições do: Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Radiopatrulha (BPRp), Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), Batalhão de Polícia de Guardas (BPGd), os 1º, 2º, 3º, 4°, 5º, 6º e 8° Batalhões e as 1ª, 3ª e 4ª Companhias Independentes (CIA); pela Polícia Civil, equipes da Asfixia, do Tático Integrado de Grupos de Resgate Especiais (TIGRE), Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit) e da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), o Grupamento Aéreo da Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) .
Maiores informações serão dadas em entrevista coletiva, às 11 horas, com transmissão ao vivo pelo grupo Coletiva On Line e o canal do Youtube do Ministério Público de Alagoas (MPE).
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