A investigação sobre a morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, ocorrida no dia 3 de maio deste ano, em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, caminha para uma fase crucial. De forma exclusiva, o Portal Todo Segundo apurou que a reprodução simulada da ação policial que resultou na morte do jovem está marcada para o dia 15 de julho.
O Instituto de Criminalística (IC) comandará a simulação, considerada peça-chave na investigação. A reconstituição será realizada no local do fato, com a presença de peritos criminais, testemunhas, representantes do Ministério Público de Alagoas (MPAL) e da comissão de delegados que investiga o caso.
Esse procedimento técnico será peça-chave para reconstruir a dinâmica da abordagem policial e confrontar as versões apresentadas pelos militares e pela família da vítima. É o momento mais aguardado por todos os envolvidos no caso e pela sociedade, que busca respostas definitivas.
Laudo confirma DNA em arma atribuída ao jovem
A apuração teve um avanço importante com a finalização de um laudo pericial que detectou material genético em um revólver calibre .38, que, segundo os PMs, estaria em posse de Gabriel durante a fuga. O documento não especifica se o DNA é de sangue, pele ou outro resíduo biológico, mas a confirmação levou os investigadores a solicitar a coleta de material genético dos pais do adolescente para confronto, procedimento já realizado no Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca, na semana passada.
Apesar da descoberta, a arma em questão não possui registro no Sistema Nacional de Armas (SINARM) da Polícia Federal, fato que levanta novas dúvidas e reforça os apelos da família por uma investigação transparente.
Exames ainda pendentes
Dois laudos técnicos seguem sendo aguardados e são considerados fundamentais para o desfecho do caso:
• Exame residuográfico, que pode apontar a presença de pólvora nas mãos do adolescente, indicando se ele disparou uma arma de fogo.
• Laudo balístico, que analisará o funcionamento da arma, compatibilidade de projéteis e possíveis disparos realizados.
Ambos ainda não foram entregues oficialmente à Polícia Civil.
Versões opostas em disputa
De acordo com a versão da Polícia Militar, Gabriel Lincoln estaria realizando manobras perigosas em uma motocicleta, desobedeceu a uma ordem de parada e, durante a fuga, teria sacado a arma e disparado contra a guarnição, que revidou. A família, por outro lado, nega que o adolescente estivesse armado e denuncia excesso de força por parte dos policiais.
O episódio gerou comoção e protestos em Palmeira dos Índios. Desde então, familiares, amigos e moradores da cidade têm cobrado esclarecimentos, rigor na apuração e justiça para o caso.
Simulação e encerramento do inquérito
Com os depoimentos dos policiais colhidos em Maceió, os relatos de testemunhas e os exames em andamento, a investigação entra na reta final. A reprodução simulada será a última etapa antes da conclusão do inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público de Alagoas (MPAL). Caberá ao órgão decidir se apresentará denúncia e quais medidas jurídicas serão adotadas.
Busca por justiça
A morte de Gabriel Lincoln continua gerando mobilizações e pedidos de responsabilização. A expectativa agora se volta para a simulação de 15 de julho, que pode ser decisiva para esclarecer os fatos e apontar, com base em provas técnicas e jurídicas, o que realmente aconteceu naquela noite.
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