Reprodução Ônibus transportava alunos até a Serra da Barriga, em União dos Palmares, quando capotou

A tragédia com o ônibus escolar que deixou 18 pessoas mortas e outras 31 feridas na tarde domingo (24), na Serra da Barriga, em União dos Palmares, acende um alerta para as prefeituras que terceirizam esse tipo veículo.

Apesar da Prefeitura de União dos Palmares informar que o ônibus terceirizado que caiu em uma ribanceira estava com todas as vistorias em dia, o motorista que conduzia o coletivo teria contado à esposa que o veículo tinha apresentado um problema de vazamento e, portanto, não estava em condições de circular.

De cordo com a viúva de Luciano de Queiroz Araújo, de 47 anos, um dia antes da tragédia, ele teria dito que não queria subir à serra, mas que tinha que ir trabalhar. Essa informação será investigada pela Polícia Civil.

Diante dessa informação, o Todo Segundo ouviu dois motoristas de empresas que prestam serviço na rede municipal de ensino de duas prefeituras alagoanas. Segundo eles, por várias vezes os ônibus escolares apresentam problemas que são comunicados aos seus donos, mesmo assim são autorizadas a funcionar.

“Eu e vários colegas temos queixa das más condições dos ônibus. Quem precisa trabalhar, acaba se calando temendo ser dispensado”, contou um deles.

“Aqui eu fiz fotos e sei que há ônibus em más condições e sem manutenção. Seie que esse tipo de problema sempre acontece nos municípios. Como prestador de serviço eu não posso fazer a denúncia por temer punição”, disse outro.

Para evitar que os condutores ouvidos venham sofrer algum tipo de punição, tanto eles, como os municípios, terão seus nomes preservados pela reportagem.

A tragédia

A Secretaria de Saúde de Alagoas atualizou para 18 o número de mortos no acidente com um ônibus no domingo (24), na Serra da Barriga, município de União dos Palmares, Zona da Mata de Alagoas.

O veículo transportava estudantes até o Parque Memorial Quilombo dos Palmares quando capotou e caiu numa ribanceira. Há 31 feridos.

“Conforme atualização realizada às 8h desta segunda-feira (25), pela pasta da saúde estadual, o número de mortes subiu para 18, mas, infelizmente, pode sofrer alterações ao longo do dia, com a retomada das operações de resgate no local da tragédia. A 18ª morte é uma criança, de 4 anos, que estava internada no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió”, informa a nota.

Investigação

A Polícia Civil de Alagoas abriu inquérito para investigar o ocorrido. A Delegacia Regional de União dos Palmares ficou responsável pelo procedimento policial, sob o comando do delegado Guilherme Iusten. O delegado-geral da Polícia Civil, Gustavo Xavier, e o secretário de Segurança Pública de Alagoas, Flávio Saraiva, determinaram celeridade no processo investigativo.

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