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Polícia
Vídeo: Médica confessa ter matado ex-marido e afirma: “Fechei os olhos e atirei”
Nádya diz que denunciou o médico por abuso e que vivia sob medida protetiva desde o ano passado
ReproduçãoMédica confessa ter matado ex-marido em Arapiraca e afirma: “Fechei os olhos e atirei”
Todo Segundo

O assassinato do médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, registrado na tarde deste domingo (16), em frente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Sítio Capim, zona rural de Arapiraca, ganhou novos desdobramentos após o depoimento da principal suspeita — a ex-esposa da vítima, também médica. Nádya Tamires confessou que efetuou os disparos, mas afirmou ter agido, segundo ela, “para não morrer”.

Após o crime, a suspeita deixou o local em fuga e, segundo a polícia, foi presa horas depois em Maceió, já na noite de domingo, portando a arma utilizada no homicídio. Em entrevista ao Agora Alagoas, já na Delegacia de Homicídios, a médica apresentou uma versão marcada por medo, tensão e acusações contra o ex-marido.

Trechos da fala da suspeita

“Há mais ou menos um ano e meio, eu fiz uma denúncia sobre o abuso de vulnerável que a minha filha sofreu. Eu fui casada há 22 anos com essa mesma pessoa, desde os meus 15 anos. Quando eu flagrei e a escola percebeu, as funcionárias da casa perceberam, eu vi que a minha filha estava pedindo socorro e tomei coragem de fazer a denúncia.”

Ela afirma que, após registrar o caso, sentiu-se desamparada. “A delegada fechou o inquérito e viu que sim, ele tinha abusado da criança. Mandou para a primeira vara, em Arapiraca. Mas a advogada colocou as provas em formato de link, o juiz não viu o link, e mesmo assim, apesar da minha filha ter sido ouvida em oitiva especial, ele ficou livre.”

Segundo Nádya, as ameaças teriam começado logo após o processo: “Eu pedi medida protetiva, que foi concedida. Ele ficou me ameaçando com o primo, dizendo que o primo é ex-presidiário e ia me pegar caso ele fosse preso. A polícia me deu também uma medida protetiva contra o primo.”

A médica afirma que, dias antes do crime, percebeu novamente riscos iminentes: “Semana passada, antes da audiência, o primo dele estava na esquina do posto onde trabalho. A comunidade me avisou. Eu chamei a Patrulha Maria da Penha, ele apresentou documento falso e escapou. Fiquei com medo.”

O momento do crime

Nádya relata que, no domingo do homicídio, seguia para a cabeleireira quando viu o ex-marido parado próximo à sua casa. “Quando virei a esquina, avistei o carro dele debaixo de uma árvore, junto com minha cunhada, esposa do meu irmão. Fiquei com medo de ele me matar. Achei que era uma emboscada.”

Ela afirma que desceu do carro acreditando que seria atacada: “Antes de ele me matar, eu atirei. Não sei quantos tiros. Fechei os olhos e puxei o gatilho porque vi que ele fez um movimento brusco. Eu estava com medo de morrer.”

A suspeita reforça que havia medida protetiva proibindo o ex-marido de se aproximar 300 metros dela: “O que ele estava fazendo na esquina da minha casa, atrás de uma árvore, sabendo que ali é meu trajeto?”

Fuga para Maceió e prisão

Após os disparos, a médica diz que entrou em pânico: “A Edília começou a gritar ‘chama o SAMU’, e eu disse ‘chama a polícia também, porque é legítima defesa’. Quando a população se aproximou, achei que seria linchada. Peguei o carro e vim para Maceió procurar meu advogado.”

Ela ainda afirmou que pretendia se apresentar espontaneamente: “Eu vim para Maceió porque meus advogados são daqui. Eu iria me apresentar, mas fui interceptada pela Rotam antes. Colaborei com tudo.”

A médica encerrou alegando que temia ser morta pelo ex-marido e que o caso ainda não teve justiça: “As provas não foram vistas. Eu fiquei com medo dele terminar comigo. O primo dele estava atrás de mim semana passada. De repente ele aparece na esquina da minha casa. Eu me defendi.”

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