O IBGE começou nesta segunda-feira (22) a treinar os 28 agentes que realizarão, em Alagoas, a Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE), uma etapa do Censo Demográfico voltada principalmente a fornecer recursos para a avaliação da cobertura e qualidade da coleta da operação. Os agentes receberão até a sexta-feira (26) as instruções para a posterior realização do trabalho de campo nos 133 setores censitários urbanos e rurais selecionados para o estado alagoano.
A PPE 2022 é uma pesquisa por amostra com um questionário único que, da forma como está desenhada, não corrige eventuais falhas de cobertura na operação censitária, mas ajuda a verificar onde elas ocorrem. Ela pode ser realizada por meio de entrevista presencial ou por telefone e seu trabalho de coleta se inicia quando os setores selecionados estiverem completamente coletados e supervisionados pelo Censo Demográfico. As respostas são registradas no DMC com o auxílio do aplicativo de coleta PPE. Após, é feito o confronto entre as informações coletadas na PPE e no Censo, através de técnicas de pareamento e reconciliação de campo.
Apesar de ser uma pesquisa independente, a PPE 2022 é parte integrante do projeto do Censo Demográfico 2022 e tem por princípios básicos a independência e igualdade de condições
em relação ao Censo. Para garantir o princípio da igualdade de condições, a PPE utiliza os mesmos conceitos e condições adotados na operação censitária, bem como os mesmos instrumentos de coleta e supervisão.
Os resultados da PPE são essenciais e contribuem diretamente para a maior transparência dos resultados do Censo Demográfico, fornecendo elementos para uma melhor interpretação e utilização por parte dos usuários. A PPE é usada ainda para identificar áreas que requerem maior atenção em operações futuras e fornecer subsídios para os trabalhos de elaboração das estimativas e projeções populacionais.
Erros nos censos demográficos podem ser de cobertura e de conteúdo
As falhas na cobertura da coleta nos censos e na qualidade da informação declarada são um fenômeno comum em diversos países, uma vez que os censos demográficos são operações complexas, que consomem grande contingente de mão de obra e estão sujeitas a erros e imprecisões. Estes erros nos censos demográficos podem ser classificados em dois tipos básicos: de cobertura e de conteúdo. O erro de cobertura refere-se aos erros na informação da quantidade de pessoas ou domicílios recenseados, podendo ocorrer a partir de inclusões indevidas (sobre-enumeração) ou omissões (subenumeração) destas pessoas ou domicílios. O erro de conteúdo
está relacionado à qualidade da informação efetivamente coletada.
O IBGE realiza pesquisas desta natureza desde o Censo Demográfico de 1970. Portanto, a realização da avaliação direta dos Censos através de pesquisas de Pós-enumeração tem sido prática no país nos últimos 50 anos. Convém ressaltar, contudo, que, assim como ocorre em diversos países, seus métodos, formas de divulgação e usos não têm sido uniformes ao longo do tempo, e sua qualidade, viabilidade e necessidade têm sido extensamente debatidas. Até o último Censo, tais levantamentos eram denominados como “Pesquisa de Avaliação da Coleta” ou “Pesquisa de Avaliação da Cobertura da Coleta do Censo Demográfico” - PA. Para o Censo 2022, optou-se por
alterar o nome para “Pesquisa de Pós-Enumeração”, designação que reflete melhor as características e objetivos da pesquisa, além de ser consistente com o nome que é dado em outros países.
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