25/03/2024 15:26:13
Alagoas
Mulheres ganham 11,1% a menos que os homens em Alagoas, diz MTE
Dados foram divulgados nesta segunda (25), pelo governo federal com recorte de gênero
Gov.brMulheres ganham 11,1% a menos que os homens em Alagoas, diz Relatório de Transparência Salarial
Todo Segundo

Mulheres trabalhadoras têm salários 11,1% menores que os dos homens, em média, em Alagoas. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (25), pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), com recorte de gênero.

O documento, apresentado, pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que 408 empresas alagoanas responderam ao questionário. Juntas, elas somam 157,2 mil empregados. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em Alagoas, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 28,5%.

No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, embora estejam em maior número nas empresas, recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R? 2.204,65, a da não negra é de R? 2.543,40. No caso dos homens, os negros recebem em média R? 2.441,57 e os não negros, R? 3.117,12.

O relatório também contém informações que indicam se as empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

O documento registrou que 38,7% das empresas de Alagoas possuem planos de cargos e salários; 34% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 31,2% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 18,6% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.

Apenas 11,5% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 22,5% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e somente 3,6% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência.

Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida (7,9%) e auxílio-creche (17,4%).

País

Ao todo, no país, 49.587 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil. Destas, 73% têm 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.

O estado do Piauí é o que tem a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres: elas recebem 6,3% a menos do que eles, em um universo de 323 empresas, que totalizam 96.817 ocupados. A remuneração média é de R$ 2.845,85.

Na sequência das UFs com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres aparecem Sergipe e Distrito Federal, com elas recebendo 7,1% e 8% menos do que os homens, respectivamente. Em Sergipe, a remuneração média é de 2.975,77. No DF é a maior do país: R$ 6.326,24.

A maior desigualdade salarial no Brasil ocorre no Espírito Santo, onde as mulheres recebem 35,1% menos do que os homens.

As empresas têm até 31 de março para publicar o seu relatório individual no portal ou em suas redes sociais, sempre em local visível, garantindo a ampla divulgação para seus empregados, trabalhadores e público em geral.

Aquelas que não tornarem públicas as informações do relatório serão multadas em 3% do valor da folha. As empresas terão o prazo de 90 dias para apresentarem um plano de mitigação, ou seja, para reduzir as diferenças apontadas pelo relatório. Funcionários que quiserem denunciar desigualdades podem acessar o site Canal de Denúncias - Diferenças salariais entre mulheres e homens.

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