Iniciadas em 2021, na gestão de Renan Filho, as obras de duplicação da rodovia AL-220 no trecho que liga as cidades de Olho D’Água das Flores e Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas, foram paralisadas pelo governo Paulo Dantas e ainda não há previsão de serem retomadas.
Toda a duplicação, que vai de Arapiraca até Delmiro Gouveia, possui 159 quilômetros de extensão e foi dividida em quatro trechos: Arapiraca - Major Izidoro e Major Izidoro - Olho D’Água das Flores - Olho D’Água das Flores ao distrito de Piau, em Piranhas; e de Piau até Delmiro Gouveia.
As obras de duplicação da AL-220, têm recursos do governo do estado por meio do programa Pró-Estrada. A empresa CLC Construtora do Rio Grande do Norte, até chegou a começar a duplicar a pista no trecho Olho D’Água das Flores à Olho D’Água do Casado, mas foi embora.
A reportagem do Portal Todo Segundo percorreu o trecho entre essas duas cidades e constatou que as obras foram totalmente paralisadas, restando apenas placas que indicam que ali existem homens trabalhado, quando na verdade um verdadeiro matagal toma conta do local.
“Os operários e as máquinas sumiram de repente. Há cerca de 60 dias foram embora. Desde então, não vimos mais nenhum sinal de obra.” O relato de um comerciante do município de São José da Tapera, que não quis ter seu nome revelado temendo represália, mostra a perplexidade com que os moradores vizinhos da rodovia assistem à paralisação das obras.
“A chegada das máquinas no ano passado foi uma ótima surpresa. Finalmente passamos a ver que a duplicação aconteceria, depois de décadas de promessas. Mas o cenário de obras durou pouco tempo. Já estamos vendo que vai ser difícil acontecer de acordo com o que foi planejado”, lamentou o empresário, que mora próximo à rodovia há mais de 30 anos.
Para piorar a situação, a falta de manutenção do asfalto da pista já existente coloca em risco a vida de quem trafega pelo local. Entre São José da Tapera e Olho D’Água do Casado, muitos buracos ocupam os dois lados da rodovia. Com chuva a situação da pista fica ainda pior.
Cansados de esperar por providências do poder público, moradores de comunidades próximas à rodovia tiveram a iniciativa de tapar os buracos na pista e viram a possibilidade de ganhar alguns trocados fazendo este serviço. Com pás, enxadas e até carrinho de mão, eles retiram a terra das margens da via e espalhavam pelos buracos, tendo amenizar as péssimas condições. Uma cena que não deveria estar acontecendo se a tão propagada obra de duplicação da referida via estivesse a pleno vapor, como alguns fazem questão de dizer.
Os motoristas que passam jogam moedas e eles agradecem. “Eu estava trabalhando nas obras, mas quando a empresa foi embora, eu fiquei parado. Aqui não emprego, então resolvi chamar meus colegas para tapar os buracos para ver se a gente ganha algum trocado”, respondeu Francisco, afirmando que em dia de feira-livre nas cidades próximas, aumenta o número de veículos na pista e com isso cada um deles chega a faturar em média R$ 50,00 por dia.
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