
Vestidos de camisas brancas com a frase “Não à demarcação”, agricultores, comerciantes e lideranças políticas ocuparam as principais ruas de Palmeira dos Índios, na manhã desta quinta-feira (13), em protesto contra o processo de demarcação das terras indígenas Xukuru-Kariri no município.
Com faixas, cartazes e um grande buzinaço, os manifestantes expressaram indignação e preocupação com o avanço do processo conduzido pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A mobilização, realizada de forma pacífica, reuniu representantes de diversos setores produtivos e contou com apoio de moradores da zona urbana e rural.
Nos últimos meses, moradores e pequenos produtores rurais têm demonstrado preocupação e insegurança diante do avanço dos estudos de demarcação. Muitos afirmam temer perder investimentos feitos ao longo de décadas, incluindo benfeitorias e propriedades erguidas por gerações de trabalho.
Durante o ato, os participantes pediram que o governo federal abra espaço para o diálogo e reveja os critérios utilizados na delimitação das áreas. Segundo os organizadores, o processo tem causado insegurança e danos psicológicos entre as famílias que vivem e trabalham no campo há décadas. Eles afirmam que novas manifestações poderão ocorrer caso não haja avanços nas negociações.
O movimento teve a presença de pequenos produtores rurais, empresários, comerciantes e lideranças políticas. Para eles, a demarcação pode impactar diretamente a economia local, que depende da agricultura e do comércio como principais fontes de renda e emprego.
“Estamos juntos com o povo de Palmeira nessa luta. Não é apenas o agricultor que pode ser prejudicado — o comércio também sofrerá com os impactos caso essa demarcação seja confirmada”, declarou o presidente da Câmara de Vereadores, Madson Monteiro.
Entre os participantes, o agricultor Everaldo relatou o sentimento de apreensão que atinge famílias da região. “Essa situação vem nos assustando há muitos anos. Trabalho em um pedaço de terra que foi dos meus avós e do meu pai, e é dela que tiro o sustento da minha família. É um medo que nos acompanha todos os dias”, contou.
Os manifestantes afirmam possuir documentação antiga das propriedades e defendem equilíbrio e bom senso nas decisões que envolvem as áreas rurais. Para eles, a revisão do processo e o diálogo com as comunidades atingidas são essenciais para evitar prejuízos sociais e econômicos ao município.

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