Reprodução 14 diretórios estaduais do PMDB defendem o rompimento com Dilma Todo SegundoA semana que vem vai ser decisiva para as relações entre o PMDB e o governo. O vice-presidente da República, Michel Temer, cancelou uma viagem que faria a Portugal para comandar, como presidente do partido, as conversas que antecedem a reunião em que vai ser decidido se o PMDB continua ou não no governo. Até agora, 14 diretórios estaduais defendem o rompimento.
Está na programação do encontro. Na próxima terça-feira (29), Michel Temer seria o principal conferencista, em Lisboa, do Seminário Luso-Brasileiro de Direito Constitucional. No mesmo dia da reunião do diretório nacional do PMDB, que vai decidir se o partido sai ou não do governo. Na quinta-feira (24), Temer cancelou a viagem.
Temer não vai para Portugal, mas também não vai participar da reunião do diretório. Ministros e senadores que ainda apoiam o governo pediram para ele ficar no Brasil e tentar uma solução para um impasse que é certo. O PMDB tem centenas de cargos no governo, sete ministérios e o desembarque não vai ser unânime. Querem, então, que Temer articule como vai ser a saída. Quem sair vai ter um prazo? Vai se licenciar do partido? Aliados de Temer também acharam importante ele ficar no Brasil para garantir uma vitória expressiva na reunião do diretório.
“O fato do PMDB tomar essa decisão na terça-feira necessariamente não vai significar que os ministros saiam batendo porta e deixem os assuntos graves pendentes sem que haja um encaminhamento político-administrativo às questões. Evidentemente vai se discutir um mecanismo para isso, que pode ser um prazo, que pode ser até aqueles que quiserem ficar, que quiserem cumprir, eles devem se desfiliar, pedir uma licença do partido”, afirma o ex-ministro Moreira Franco.
Na quarta-feira (23), o PMDB do Rio, do governador Luís Fernando Pezão, do prefeito Eduardo Paes e do líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani, aliados da presidente Dilma Rousseff, informou para Temer que vai votar pelo afastamento do governo. Foi durante a visita do vice-presidente ao governador Pezão, que está com câncer. A bancada do PMDB do Rio é a maior do partido na Câmara, com 12 deputados.
Na mesma quarta-feira em que o PMDB do Rio avisou que vai votar pelo desembarque, o governo exonerou um indicado de Michel Temer, o presidente da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde, Antonio Henrique Pires. Ele e o vice-presidente ficaram sabendo da demissão pelo Diário Oficial de quinta-feira, o que irritou muito a ala que quer deixar o governo.
Além do Rio, outros 13 diretórios peemedebistas já tomaram a decisão de romper com o governo. Entre eles, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Mato Grosso do Sul.