23/12/2018 09:05:17
Brasil
Bacalhau, batata e cebola deixam ceia de Natal mais cara em 2018
Preços dos alimentos mais tradicionais da data saltou 6,82% ante 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
Dário Oliveira/Folhapress Economistas atribuem ceia mais cara a alta do dólar
Alexandre Garcia, do R7

A ceia de Natal dos consumidores brasileiros será mais salgada neste ano. Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), a inflação dos alimentos mais tradicionais da data subiu 6,82%, com bacalhau (+18,55%), frango (+8,2%), batata (+10%) e cebola (+26,99%) mais caros em relação a 2017.

Uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) aponta que quase metade dos brasileiros (48%) pretende celebrar a data dentro de casa e vão desembolsar, em média, R$ 207,27 com os preparativos da ceia ou almoço de Natal.

De acordo com André Braz, economista responsável pelo estudo da FGV, as altas de preço mais significativas foram causadas pela desvalorização do real ante o dólar. Há um ano, a moeda norte-americana figurava próxima dos R$ 3,30, valor quase R$ 0,60 menor em relação aos R$ 3,89 atuais.

O economista da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Thiago Berka, também atribui o aumento dos preços ao encarecimento da moeda nos últimos meses. "Todos os produtos que têm influência do dólar estão mais caros, seja por importação ou pelos insumos produtivos", afirma ele.

“O frango foi influenciado pelo aumento do [preço do] milho, que, por sua vez, foi afetado pela desvalorização cambial e pela quebra de safra na Argentina. Já a carne de porco caiu de preço este ano”, observa Braz.

Berka também nega que exista uma influência da procura maior pelos produtos na valorização dos preços neste ano, devido aos níveis de consumo estarem ainda baixos. “A demanda está mais fraca do que a oferta neste ano, apesar da injeção de 13º e o emprego formal em nível maior”, explica o economista, que cita a inadimplência como um entrave para a ida às compras.

Entre os demais itens pesquisados que também registraram altas na comparação com o mesmo período do ano passado aparecem a farinha de trigo (+19,65%), as frutas (+8,41%), a maionese (+7,37%), o arroz (+7,2%), o azeite (+4%), os pães (+3,47%) e o vinho (+2%).

Na contramão do índice geral, pernil suíno (-8,42%), lombo suíno (-6,15%) e ovos (-3,41%) registraram queda de preço na comparação com o ano passado.

"É uma questão de escolha do consumidor de fugir daqueles produtos ligados ao dólar, tentar ver outros tipos de hortifrúti, trocar o espumante pela cerveja e utilizar marcas mais baratas e nacionais. O consumidor tem essas escolhas para fazer e fugir dos preços mais altos", orienta Berka.

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