O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer nesta segunda-feira diversos ataques ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, por sua posição contrária ao voto impresso . Bolsonaro questionou se "só o Barroso está certo" e afirmou que o ministro quer uma "eleição suja e não democrática".
Horas após as declarações de Bolsonaro, a cúpula do TSE e 15 ex-presidentes da Corte divulgaram uma nota defendendo o atual modelo de eleições no Brasil . Os ministros e ex-ministros reafirmam que urnas eletrônicas são auditáveis e transparentes.
"Não é voto impresso pelo voto impresso. É uma forma de se ter certeza que não vai haver manipulação. Ou só o Barroso está certo? Alguém acredita no ministro Barroso?", disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. "Estamos lutando e temos um limite, é fazer com que as eleições sejam limpas e democráticas. Quem quer eleição suja e não democrática é o ministro Barroso. E ele se intitula como não pode ser criticado".
Antes da divulgação da nota, o presidente questionou porque outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não se manifestavam de forma contrária:
"Não consigo entender porque outras pessoas do Supremo não falam o contrário, como se o Barroso fosse o dono da verdade".
Uma comissão especial da Câmara foi formada para discutir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obrigaria a impressão de um comprovante do voto. Líderes de 11 partidos se declararam contrários a esse projeto e trocaram seus membros na comissão, criando uma maioria contrária. O texto deve ser analisado na próxima quinta-feira.
Bolsonaro atribuiu esse cenário a Barroso e questionou "o que ele ofereceu" aos parlamentares: "Ele foi para dentro do Parlamento fazer lobby. O que ele ofereceu para o Parlamento? No dia seguinte, vários líderes trocaram integrantes da comissão. O que ele ofereceu? O que esse homem tem de atraente?".
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