O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta segunda-feira (8), que Brasil era "corpo com câncer" quando assumiu o Palácio do Planalto em janeiro de 2019.
“Vocês entenderam como eu peguei esse país. Vocês têm razão o que pleiteiam e o que falam. Agora, eu peguei um corpo com câncer em tudo quanto é lugar. Um médico não pode, de uma hora pra outra, resolver esse problema todo", explicou a apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, em Brasília.
O presidente também disse que, "se o Brasil continuasse nas mãos de quem estava ,já teria acabado" e que os problemas serão resolvidos pouco a pouco.
Nesta manhã, Bolsonaro não conversou com a imprensa. No domingo (7), manifestantes contrários ao governo federal foram às ruas de várias cidades do país. De acordo com Bolsonaro, os atos foram um "problema" porque os manifestantes colocaram "as mangas de fora"
"O grande problema, no momento, é esse que vocês estão vendo aí. Viram um pouco na rua ontem. Estão começando a colocar a manga de fora. É muito interesse que tem de dentro do Brasil e de fora. Pode ter certeza que não vou desistir", disse. Questionado se os movimentos eram democráticos, o presidente foi curto: "Sem comentários".
"Agora, 30 anos de doutrinação em cima do Brasil. Cada vez mais formando militantes. E tem gente que faz isso, não é nem por maldade, tá na cabeça deles", concluiu.
Combate à pandemia
Bolsonaro voltou a dizer que o desemprego e o número de mortes causadas pela covid-19 são responsabilidade dos governadores e criticou, indiretamente, os chefes dos executivos estaduais que "ainda desviam" recursos destinados a combater a pandemia.
"O Supremo deu todos os poderes para eles [governadores e prefeitos] para gerir esse problema. Eu apenas injeto bilhões nas mãos deles e alguns ainda desviam", disse.
No final de maio, a PF (Polícia Federal) realizou buscas em endereços ligados ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, na operação Placebo, que investiga desvios de recursos públicos que deveriam ser destinados ao combate da pandemia de coronavírus.
Em abril, o STF garantiu aos governadores e prefeito autonomia para decidirem quais as medidas que serão adotadas em cada região para conter o coronavírus.
Sobre a cloroquina, Bolsonaro disse que "vidas foram perdidas" pelo não uso do remédio. O presidente defende o tratamento com esta medicação, apesar de não existirem estudos clínicos que comprovem a eficácia.
"Erraram tudo, erraram isolamento. Até na cloroquina erraram, depois se desculparam. Vidas foram perdidas", afirmou.
Ditadura
Bolsonaro afirmou que a história sobre a ditadura militar no Brasil foi escrita pela esquerda e que a juventude "não sabe o que aconteceu". A um apoiador, disse: "Pela sua idade, o senhor sabe, no passado, o que aconteceu. A juventude, grande parte, não sabe o que aconteceu. É o que a esquerda escreveu”.
De acordo com o presidente, "o Brasil não vai para esquerda, não vai afundar. Não vai virar a Venezuela”.
Supremo
Em novembro deste ano, Bolsonaro vai indicar o primeiro ministro do STF em sua gestão. O indicado vai passar por uma sabatina no Senado Federal e, se for aprovado, assume o cargo, que é vitalício.
“Eu vou indicar o primeiro Ministro no Supremo agora em novembro, o primeiro. A gente vai arrumando as coisas devagar aqui", afirmou Bolsonaro.
Obras no Nordeste
O presidente afirmou que o Ministério da Infraestrutura está trabalhando em obras fundamentais durante a pandemia na região Nordeste do país. "As unidades de engenharia do Exército continuam trabalhando muito lá, dia e noite, não tem sábado nem domingo", disse. Segundo Bolsonaro, "o nordeste é a grande saída do Brasil".
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