20/05/2016 07:46:58
Brasil
Cunha tem cinco dias úteis para apresentar alegações finais ao Conselho de Ética
Colegiado deve apresentar o relatório final do prazo de dez dias úteis
DivulgaçãoCunha tem cinco dias úteis para apresentar alegações finais ao Conselho de Ética
Todo SegundoDa Agência Brasil

Após quase oito horas de reunião, terminou há pouco, às 16h50 a reunião do conselho que investiga o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Ao final, o relator Marcus Rogério (DEM-RO) foi questionado pelo advogado de Cunha, Marcelo Nobre, por ter dado, à defesa, um prazo de cinco dias úteis para a apresentação de suas alegações finais. A previsão para que o relatório seja apresentado é dez dias.

Segundo o advogado, o prazo seria curto inclusive pela possibilidade de o relatório conter acusações relativas a acusações que não tivessem relação com a natureza da representação contra Cunha. No início de sua exposição, Cunha havia dito que só se manifestaria em relação ao truste Nethertin, e que não responderia questões sobre outros trustes dos quais tem participação, como Orion e Triumph, nem sobre as investigações da Operação Lava Jato.

Ao receber a notícia de que o prazo para as alegações finais da defesa seria de cinco dias úteis, o advogado de defesa reagiu. “Apresentar o quê nesses cinco dias? É inaceitável. É rasgar a Constituição”, disse, argumentando que o fato de haver acusações além das relacionadas à natureza da representação inviabilizaria o cumprimento deste prazo. Advogado e cliente deixaram o conselho às 16h36. Segundo Marcus Rogério, a inclusão desses pontos no relatório foi aprovada e está registrado nas notas taquigráficas. “A defesa terá a possibilidade de arguir em relação aos embargos”, disse.

Mais cedo, o mesmo argumento, sobre as notas taquigráficas, foi apresentado pelo primeiro vice-presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Sandro Alex (PSD-PR). “Vou me ater aos fatos provados na admissibilidade. Em primeiro lugar, o que estamos avaliando é a existência de dinheiro no exterior. Em segundo, a origem lícita desse dinheiro. Esses são os aspectos que a população quer saber”, disse.

"O truste, e nós estamos nos tornando pós-graduados em truste, o truste não tem dono. O truste não é conta, o truste não é investimento, o truste não é patrimônio. O truste é uma bênção. É uma expectativa divina. Esse dinheiro nasce. Pena que não para todos os brasileiros", acrescentou.

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