DivulgaçãoCunha: recurso da polÃtica social deve ser dosado Todo SegundoO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) considera que o governo terá que acabar com excessos de despesas em outras áreas antes de pensar em reduzir as políticas sociais. Mas, segundo o parlamentar, os recursos para estas medidas terão que ser dosados. “Você só faz política social na medida em que você tem sobra orçamentária que te permita isto. Não é acabar com as políticas sociais que é uma coisa extremamente relevante”, disse.
Nesta terça-feira, ele foi questionado sobre a expressão “remédio amargo” para recuperar a economia, usada por Dilma Rousseff no pronunciamento de 7 de setembro. Para o presidente da Câmara, o aumento de algumas contribuições, como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, também pode ser uma solução equivocada para elevar a arrecadação. Cunha avalia que isso pode acabar estimulando a alta da inflação.
Cunha destacou que o governo terá três caminhos para solucionar a previsão negativa para o próximo ano. “Ou o deficit vai aumentar a dívida bruta, ou você vai cortar gastos ou vai ter que aumentar a receita. Para aumentar receita pode ser pela melhoria da economia ou pelo aumento de alíquotas ou criação de tributos. Como aumento de alíquotas e criação de tributos são situações que a sociedade nem empresários estão a fim, acho que vai ter que partir para um remédio amargo que é cortar gastos”, avaliou.
Dilma admite erros e fala em reavaliar medidasNo pronunciamento de 7 de setembro, feito neste ano pela internet, a presidente Dilma Rousseff admitiu possíveis erros do governo, apontou que mostrará soluções e que o momento é de reavaliar todas as medidas tomadas em um período em que governo gastou recursos para priorizar emprego e renda para os trabalhadores. "Enfrentamos problemas e desafios. Sei que é minha responsabilidade apresentar caminhos e soluções para fazer a travessia que deve ser feita", afirmou.
Da Agência Brasil Acossado pela baixa popularidade e fraca base de apoio no Congresso, o governo previu no fim de agosto um inédito déficit primário no Orçamento da União para 2016, desencadeando uma saraivada de críticas da oposição, que avaliou a investida como uma maneira do Executivo de dividir a responsabilidade com os parlamentares por medidas necessárias para aumentar a arrecadação e reduzir despesas.
Na mensagem de segunda-feira, a presidente Dilma atribuiu primeiramente os problemas de hoje a decisões tomadas pelo governo no passado, ao contrário de outras ocasiões, em que o panorama internacional desfavorável era inicialmente enfatizado. "As dificuldades e os desafios resultam de um longo período que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais", disse.
"Agora, temos que reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas", acrescentou.
Em outro trecho do discurso, Dilma também disse ser possível que o governo tenha cometido erros, mas apontou que as dificuldades são superáveis, apesar de alguns remédios para a situação serem "amargos, mas indispensáveis".
"Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente", afirmou.
Dilma também lembrou que o crescimento de importantes parceiros do Brasil foi reduzido. "Nossos problemas também vieram lá de fora e ninguém que seja honesto pode negar isto”.
Defesa da democraciaNo discurso, postado no blog do Planalto, Dilma disse que o dia da Independência é de reafirmar a capacidade do povo de convivência com diferenças, conclamando tolerância e respeito na defesa de ideais.
A presidente, que vem sendo alvo de protestos e pedidos de impeachment, ressaltou que é preciso ser firme na defesa da democracia e adoção do voto popular, "como método único e legítimo de eleger nossos governantes e representantes".
Lembrando-se dos conflitos no mundo e tragédias de natureza humanitária, Dilma disse ainda que o país está aberto para receber refugiados "mesmo em momentos de dificuldades, de crise, como o que estamos passando".
"Aproveito o dia de hoje para reiterar a disposição do governo de receber aqueles, que expulsos de suas pátrias, para aqui queiram vir, viver, trabalhar e contribuir para a prosperidade e a paz do Brasil", disse.