DivulgaçãoDallagnol: paÃs vive momento único contra corrupção Todo SegundoDa Rádio Bandeirantes
“Nós temos um sistema político apodrecido, que propicia a corrupção e a impunidade", disse o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, em entrevista ao jornalista Milton Neves, na Rádio Bandeirantes.
Para o procurador da República, o Brasil precisa de reformas estruturais que possam mudar o atual cenário, mas alerta que é um erro "demonizar a política", apesar dos sucessivos escândalos envolvendo homens públicos.
“Não podemos generalizar e dizer que todo político é corrupto; dessa forma, não só condenados os bons junto aos ruins, como desestimulamos que os bons cidadãos entrem na política”, explicou.
O coordenador destaca a importância de seu projeto de lei, conhecido como 10 medidas contra a corrupção. “[Tive a ideia para esse projeto] quando voltei de Harvard e após ter conhecido um sistema de Justiça que funciona muito melhor”, detalhou. “O nosso [sistema judicial] é uma piada. A ideia que o brasileiro tem de que tudo relacionado à corrupção acaba em pizza, infelizmente, é verdade.”
Encabeçado pelo Ministério Público Federal, o texto teve amplo apoio da sociedade e já está nas mãos do Congresso. Deltan Dallagnol resume as propostas em três tópicos: prevenção, punição e recuperação de recursos públicos desviados.
“É um pacote que atua em diversas frentes para fazer com que a pessoa queira ficar longe da corrupção”, disse. “Quando se faz um balanço de custo e benefícios da corrupção, a corrupção tem de ser um crime de alto risco. Não pode valer a pena, como vale hoje”, pontuou.
Falando sobre a Lava Jato, o procurador da República afirmou que o Brasil vive um “momento único” no combate à corrupção. Dallagnol reforçou que os brasileiros precisam se posicionar e cobrar do Congresso a aprovação de medidas mais duras contra políticos desonestos.
“O que estamos vivendo com a Lava Jato nos dá esperança de acreditar que, agora, é possível ir adiante [no combate à corrupção]. Se as pessoas não mantiverem sua indignação, nada vai acontecer”.