DivulgaçãoDelação da Odebrecht será analisada em recesso Todo SegundoDo Metro Jornal
Uma sala-cofre no terceiro andar do edifício sede do STF (Supremo Tribunal Federal) guarda os 800 depoimentos gravados e escritos e documentos da delação premiada de 77 executivos da Odebrecht capazes de comprometer o meio político. A documentação foi protocolada na segunda-feira pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e passará a ser esmiuçada na virada do calendário, a partir de janeiro.
A equipe do gabinete do relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, fará a triagem de todo o material, num mês normalmente dedicado ao descanso. “Em face dessa excepcionalidade, nós vamos trabalhar”, determinou.
O acesso restrito aos arquivos visa proteger o sigilo das informações.
A pré-delação do ex-vice-presidente da Odebrecht Cláudio Melo Filho é usada como exemplo, uma vez que foi capaz de revelar como funcionava o departamento de propina que abasteceu campanhas presidenciais, de governadores e de deputados e senadores. O presidente Michel Temer (PMDB) é acusado de receber R$ 10 milhões. Ele nega.
Teori condena a prática dos vazamentos das delações. “É lamentável que essas coisas aconteçam. É lamentável”, classificou.
O ministro ainda deverá ouvir novos depoimentos, mas evitou estipular prazo para a homologação do acordo, que poderia ocorrer antes do fim do recesso. “Acho difícil que se consiga fazer isso se é o volume de material que se diz. Da parte que me toca, não vai ter atraso”, prometeu.
Após a homologação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá ao STF o fim do sigilo da delação.