DivulgaçãoDeputados podem fazer sessão ininterrupta de 25 horas, diz Cunha Todo SegundoO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), admitiu nesta sexta-feira (25) que a sessão de hoje pode ser emendada com a sessão de sábado (16) com uma duração total de 25 horas devido ao número de incrições.
— As inscrições individuais foram encerradas, sendo 180 a favor e parece 80 contra, então são 260. Só aí serão 13 horas a 3 minutos. Os partidos são 25 horas e duas horas já foram concluídas. É provável que não tenha interrupção e vá assim até domingo. [...] Pela experiência, a tendência é que se reduzam os oradores e é possível que possamos dar uma parada ou fazer uma antecipação. [...] Temos que cumprir o rito legal para que não possa ser contestado depois.
Cunha disse que isso também depende "muito da utilização dos líderes do tempo inteiro" que eles têm a disposição no plenário da Câmara.
A sessão desta sexta-feira começou por volta das 9 horas da manhã e cada líder de partido terá uma hora para falar. São 25 partidos e a ordem que será seguida será das legendas com maior bancada para as de menor bancada.
Além dos líderes, o jurista Miguel Reale Junior, um dos autores do pedido de impeachment já falou por 14 minutos dos 25 a que tinha direito. Ele rebateu as acusações de que o processo de impeachment contra a presidente é um golpe.
— Golpe sim houve quando se sonegou a revelação de que o país estava quebrado, quando se mascarou a situação fiscal do país e continuaram a fazer imensos gastos públicos e tiveram que se valer de empréstimos de entidades brasileiras.
Golpe é mascarar situação fiscal do País, diz um dos autores do pedido
A defesa da presidente foi feita pelo Advogado-geral da União José Eduardo Cardozo. O ex-ministro da Justiça disse que "aprovar o impeachment é violentar a democracia".
— Não há atentado à Constituição feito pela presidente. Num País em que temos investigações contra inúmeras pessoas públicas, em que há vários inquéritos em curso, a senhora presidente da República não tem nenhuma investigação contra ela. Num País que tem uma corrupção histórica e estrutural, ter uma presidente da República sem nenhuma imputação grave ser afastada por questões contábeis, que sempre foram feitas por todos os governos, é isso que se quer?
Segundo Cardozo, apenas no Parlamentarismo, o governo poderia ser destituído por conta de não ter mais maioria no Congresso.
— Num presidencialismo, a destituição só pode ocorrer diante de fatos graves, e não por questões contábeis. Isso é golpe. Não há ilícito, não há dolo da presidente da República.