O desemprego aumentou e atingiu 12,7 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em maio.
Em apenas três meses, 368 mil pessoas engordaram as estatísticas do desemprego no país.
Os dados constam da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A taxa de desocupação ficou em 12,9% frente a 12,3% no mesmo período de 2019. No trimestre imediatamente anterior, compreendido entre dezembro e fevereiro, a taxa era de 11,6%.
Recordes negativos em maio
Pela primeira vez na história, menos da metade das pessoas em idade de trabalhar estão ocupadas. De acordo com a pesquisa, o nível da ocupação caiu para 49,5%, o menor da série histórica iniciada em 2012, com redução de cinco pontos percentuais frente ao trimestre anterior (54,5%).
Outros dados da Pnad chamaram a atenção em maio. A população ocupada, que representa quem tem algum tipo de trabalho, formal ou informal, chegou a 85,9 milhões em maio -- queda de 7,8 milhões de pessoas em relação a fevereiro.
Já a subutilização, que é a parcela da população que não trabalha ou trabalha menos horas do que gostaria, atingiu 30,4 milhões de brasileiros (recorde histórico). Entre março e maio, essa fatia ganhou 3,6 milhões de pessoas.
Para finalizar, a população desalentada, que é a parte dos brasileiros que simplesmente desistiu de procurar trabalho, atingiu 5,4 milhões -- outro recorde histórico.
Setores da economia
A pesquisa aponta que o comércio perdeu 2 milhões de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em maio, setor com maiores perdas no período. A comparação é com o trimestre encerrado em fevereiro deste ano.
Houve quedas expressivas na indústria, que perdeu 1,2 milhão de pessoas, e na construção, com 1,1 milhão de operários a menos nas obras do país.
O único setor de atividade que teve aumento em relação ao trimestre encerrado em fevereiro foi o de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que cresceu 4,6% no período. Isso significa um aumento de 748 mil pessoas no setor.
Domésticos fora do mercado
No trimestre encerrado em maio, 1,2 milhão de trabalhadores domésticos deixaram o mercado de trabalho, queda de 18,9% em relação ao período anterior.
O contingente de empregados no setor privado com carteira assinada (sem contar os trabalhadores domésticos) teve uma queda de 7,5%, ou seja, menos 2,5 milhões de pessoas no mercado, totalizando 31,1 milhões e atingindo o menor nível da série.
A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, afirmou que parte da população fora do mercado não consegue uma vaga para se recolocar.
“Uma parte importante da população fora da força é formada por pessoas que até gostariam de trabalhar, mas que não estão conseguindo se inserir no mercado, muito provavelmente em função do cenário econômico, das dificuldades em encontrar emprego, seja devido ao isolamento social, seja porque o consumo das famílias está baixo e as empresas também não estão contratando. Então esse mês de maio aprofunda tudo aquilo que a gente estava vendo em abril”, afirmou.
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