DivulgaçãoDilma quer cortar mais de R$ 20 bi do Orçamento Todo SegundoDo Metro
O fim de semana foi de muito trabalho para a presidente Dilma Rousseff (PT) e para os ministros de Estado, sobretudo os da área econômica. Os auxiliares mais próximo de Dilma foram convocados para três reuniões extraordinárias, duas no sábado e uma ontem, todas com o objetivo de definir cortes em gastos e investimentos do governo para o ano que vem.
A expectativa do Palácio do Planalto é anunciar ainda hoje, possivelmente após a reunião de coordenação política que ocorre todas as manhãs de segunda-feira, uma economia superior a R$ 20 bilhões no Orçamento do ano que vem, com o objetivo de diminuir o déficit da previsão enviada ao Congresso, estimado em R$ 30,5 bilhões.
A pressa é fruto da instabilidade causada pelo rebaixamento da nota de crédito do Brasil na última semana, pela agência de risco americana Standard & Poors.
O pacote de cortes terá impacto tanto no custeio da máquina pública quanto em investimentos. Programas como o Minha Casa Minha Vida e incentivos fiscais deverão ser afetados.
O corte no número de ministérios, porém, não deve sair ainda. Donos de pastas estratégicas na Esplanada, vários ministros do PMDB estão em viagem para a Rússia e Polônia durante esta semana e Dilma deve esperar a volta para definir quais e quantos dos 39 ministérios deverão ser extintos ou fundidos a outros. A ideia é enxugar a Esplanada em ao menos 10 ministérios.
Fazendo as contasDas três reuniões convocadas por Dilma, duas – inclusive a de ontem, no Palácio da Alvorada – foram com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa.
No sábado, outros dez ministros foram convocados: Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), Carlos Gabas (Previdência), Gilberto Kassab (Cidades), Ricardo Berzoini (Comunicações), José Eduardo Cardozo (Justiça), George Hilton (Esporte), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Kátia Abreu (Agricultura) e Gilberto Occhi (Integração Social).
No encontro, a presidente cobrou dos ministros um levantamento encomendado na semana passada, sobre que cortes podem ser feitos em cada pasta.
Más notícias em seguidaPor mais que consiga cortar na carne, porém, o governo já sabe que não será possível colocar as contas em dia sem aumentar a receita – o que deve ser feito com o aumento ou a criação de novos impostos.
O corte vem antes por exigência até mesmo de aliados, como o PMDB, para que haja apoio ao aumento da carga tributária, já confirmado pelo ministro Joaquim Levy em entrevistas na semana passada.
A forma de melhorar a arrecadação ainda está em estudo, mas a ideia que tem mais força no momento é a da criação de um tributo temporário, nos moldes da extinta e impopular CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira).
As alíquotas de outros tributos, sobre os combustíveis, por exemplo, também podem sofrer aumentos. Em qualquer caso, o governo usará o discurso de que o sacrifício é necessário – e temporário.