DivulgaçãoDinheiro de propina seria para prédio do Instituto Lula Todo SegundoDurante coletiva de imprensa sobre a 35ª fase da Operação Lava Jato realizada na manhã desta segunda-feira (26), o MPF (Ministério Público Federal) disse que planilhas mostram que dinheiro de propina seria destinado para a aquisição de um terreno para construção de prédio do Instituto Lula. A planilha se referia ao local como “Prédio IL”. A negociação, de acordo com outros documentos encontrados, teria sido feita com o ex-ministro Antonio Palocci, detido nesta manhã na operação.
A procuradora Laura Gonçalves Tessler disse que foi encontrada no sítio do ex-presidente Lula “uma minuta de contrato de compra desse terreno e projeto de reforma”. Segundo ela, isso demonstra que esse terreno seria destinado à construção de um prédio ligado ao Instituto Lula.
Ainda de acordo com planilha apreendida durante a operação, foi identificado que entre 2008 e o final de 2013, foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo Palocci. Remanesceu, ainda, em outubro de 2013, um saldo de propina de R$ 70 milhões, valores estes que eram destinados também ao ex-ministro para que ele os gerisse no interesse do Partido dos Trabalhadores.
As investigações que envolvem o ex-ministro na Operação Lava Jato apontam que ele tratava com a empreiteira Odebrecht assuntos atinentes a pelo menos quatro diferentes esferas da administração pública federal: a obtenção de contratos com a Petrobras relativamente a sondas do pré-sal; a medida provisória destinada a conceder benefícios tributários ao grupo econômico Odebrecht (MP 460/2009); negócios envolvendo programa de desenvolvimento de submarino nuclear - PROSUB; e financiamento do BNDES para obras a serem realizadas em Angola.
O ex-ministro Antonio Palocci foi preso na manhã desta segunda-feira em seu apartamento, na região dos Jardins. Palocci foi ministro durante o governo de Dilma Rousseff e Lula. A PF (Polícia Federal) expediu 45 mandados judiciais, sendo 27 de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 de condução coercitiva. A 35ª fase acontece em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
Além do ex-ministro, outros dois assessores de Palocci também foram presos: Juscelino Dourado e Branislav Kontic. As prisões são temporárias. Eles serão levados para Curitiba.
O criminalista José Roberto Batochio, defensor de Palocci, afirma que o ex ministro nunca recebeu vantagens ilícitas. Batochio disse que a prisão de Palocci foi feita no "estilo ditadura militar".
Na semana passada, outro ex-ministro foi alvo da Lava Jato. Guido Mantega teve a sua prisão temporária pedida pelo juiz Sérgio Moro, passou parte da manhã e começo da tarde na sede da Polícia Federal, no bairro da Lapa, zona oeste da capital, mas teve o pedido de prisão revogado por Moro após saber que a detenção de Mantega fora feita enquanto ele acompanhava a mulher no hospital.
Do R7, com Estadão Conteúdo