Agência CâmaraGoverno cogita esperar votação do impeachment para distribuir ministérios Todo SegundoChris Lemos, colunista do R7
Para garantir a fidelidade dos deputados governistas, o Palácio do Planalto cogita redistribuir ministérios e outros cargos, ampliando a participação do PP e do PR no governo, somente após a votação do impeachment na Câmara.
O plano seria prometer os cargos às legendas agora, mas efetivar as posses somente após parlamentares cumprirem sua parte no acordo e barrarem o avanço do pedido de impeachment.
A nomeação posterior à votação seria também uma forma de o Planalto evitar a impressão de que estaria “comprando” os votos dos deputados.
No novo quebra-cabeça da base aliada, o governo voltou a aventar a possibilidade de manter o PMDB no Ministério da Saúde. O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) acredita que, com a pasta, o número de peemedebistas favoráveis à presidente na Câmara pode chegar a 25.
Em uma estimativa conservadora, o governo acredita que teria apenas 15 votos do PMDB contra o impeachment. Atualmente o partido tem a maior bancada da Câmara com 69 deputados.
Com isso, o PP ficaria com o Ministério das Minas e Energia. Com 49 deputados, o partido deve garantir 20 votos favoráveis à presidente Dilma Rousseff. Já o PR, que possui 40 parlamentares e deve garantir dez votos contra o impeachment, ficaria com o Ministério dos Esportes.
Nas contas do Planalto, a oposição ainda precisa de algo entre 70 e 100 votos para chegar aos 342 necessários para que o pedido de impeachment passe pela Câmara.
O governo acredita que, atualmente, mais de 200 deputados estão dispostos a barrar o pedido. O mínimo necessário para evitar que o impeachment passe ao Senado é 172 votos.
Além dos votos do PMDB, do PP e do PR, o governo, em suas contas, conta com o apoio de dez deputados do PTN, sete do PTB e seis votos do PSD.
Somam-se a eles, os votos do próprio PT e do PCdoB, núcleo duro contrário ao impeachment, e possíveis ausências no dia da votação, que conta também a favor do governo.
ComissãoAlém de trabalhar com o plenário, o Planalto não descarta a possibilidade de vitória na própria Comissão Especial do Impeachment.
Pelas contas do governo, 31 integrantes da Comissão estariam dispostos a barrar o avanço pedido. Dilma então precisaria de apenas duas ausências para evitar que a questão chegue ao plenário.