Agência BrasilGrupo de 35 deputados pede afastamento de Cunha da presidência da Câmara Todo SegundoDo R7Um grupo formado por cerca de 35 deputados federais assinou um manifesto, proposto pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) na semana passada, que pede a saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara.
O motivo para a reivindicação é a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Cunha, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato.
O documento informa que a acusação contra Cunha é "gravíssima" e "torna insustentável a sua permanência na Presidência da Casa".
O texto prossegue dizendo que "a diferença da condição de um investigado em inquérito para a de um denunciado é notória", sendo que, "neste caso, Cunha é formalmente acusado de ter praticado crimes".
— Com a denúncia do Ministério Público, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já demonstrou utilizar o poder derivado do cargo em sua própria defesa.
Assinam o documento deputados como Chico Alencar (PSOL-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Érika Kokay (PT-DF), Alessandro Molon (PT-RJ), Henrique Fontana (PT-RS), Glauber Braga (PSB-RJ), José Stédile (PSB-RS), Júlio Delgado (PSB-MG), entre outros (veja a lista completa no comunicado abaixo).
Confira abaixo a íntegra do manifesto:
"Em defesa da representação popular
A denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por corrupção e lavagem de dinheiro, apresentada pela Procuradoria Geral da República, é gravíssima. Com robusto conjunto probatório, ela não apenas reforça as informações sobre o envolvimento de Cunha no esquema criminoso investigado pela Operação Lava Jato, como expõe o Parlamento brasileiro e torna insustentável a sua permanência na Presidência da Casa.
O Ministério Público acusa Eduardo Cunha de corrupção e lavagem de dinheiro – referente ao recebimento de US$ 5 milhões de um lobista e outras milionárias transações. Apurou-se também que Cunha se utilizou de requerimentos de informação para chantagear empresários que estariam com parcelas de propina em atraso – requerimentos esses originados em seu gabinete e assinados pela então deputada Solange Almeida.
A diferença da condição de um investigado em inquérito para a de um denunciado é notória. Neste caso, Cunha é formalmente acusado de ter praticado crimes. Com a denúncia do Ministério Público, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já demonstrou utilizar o poder derivado do cargo em sua própria defesa.
Exercer a Presidência da Câmara dos Deputados exige equilíbrio, postura ética e credibilidade. A responsabilidade de dirigente maior de uma das casas do Poder Legislativo é incompatível com a condição de denunciado. Em defesa do Parlamento, clamamos pelo afastamento imediato de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados.
Brasília, 27 de agosto de 2015.
Assinam:
Adelmo Carneiro Leão (PT/MG)
Alessandro Molon (PT/RJ)
Arnaldo Jordy (PPS/PA)
Chico Alencar (PSOL/RJ)
Chico d’Angelo (PT/RJ)
Clarissa Garotinho (PR/RJ)
Edmilson Rodrigues (PSOL/PA)
Eliziane Gama (PPS/MA)
Erika Kokay (PT/DF)
Givaldo Vieira (PT/ES)
Glauber Braga (PSB/RJ)
Heitor Schuch (PSB/RS)
Helder Salomão (PT/ES)
Henrique Fontana (PT/RS)
Ivan Valente (PSOL/SP)
Jarbas Vasconcellos (PMDB/PE)
Jean Wyllys (PSOL/RJ)
João Daniel (PT/SE)
Jorge Solla (PT/BA)
José Stedile (PSB/RS)
Julio Delgado (PSB/MG)
Leonardo Monteiro (PT/MG)
Leônidas Cristino (Pros/CE)
Leopoldo Meyer (PSB/PR)
Luiz Couto (PT/PB)
Luiza Erundina (PSB/SP)
Marcon (PT/RS)
Margarida Salomão (PT/MG)
Moema Gramacho (PT/BA)
Padre João (PT/MG)
Pedro Uczai (PT/SC)
Sergio Moraes (PTB/RS)
Silvio Costa (PSC/PE)
Valmir Assunção (PT/BA)
Waldenor Pereira (PT/BA)"