O impacto ambiental das manchas de óleo que tomam parte do litoral do Nordeste brasileiro e que chegou às praias de Pernambuco nessa quinta-feira (17) pode se prolongar por décadas. O alerta foi feito pelo professor de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE) Clemente Coelho Júnior, em entrevista à Folha de Pernambuco na tarde desta sexta-feira (18) na Praia dos Carneiros, em Tamandaré, no litoral Sul pernambucano, um dos locais afetados pela poluição ambiental.
Segundo Clemente Jr., que, além de biólogo, é oceanógrafo, há mais de um tipo de impacto ambiental. "Existe o impacto agudo, que é o recobrimento da areia, dos corais, dos manguezais. Pode recobrir cascos de tartaruga e outros animais. E depois há o impacto crônico. A decomposição desse óleo pode liberar substâncias nocivas à natureza e ao ser humano. Substâncias cancerígenas, como hidrocarbonetos, metais pesados devem já estar sendo incorporados na cadeia alimentar", alertou Coelho Jr.
Também acompanhando de perto o trabalho de retirada das manchas de óleo nesta sexta, o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, ainda não dá para saber a extensão dos danos causados ao meio ambiental. "A prioridade é o trabalho de contenção dentro do que for possível, colocando boias para que essas manchas não contaminem os manguezais, áreas extremamente sensíveis. Se alguém identificar uma mancha, deve avisar à Agência Ambiental ou à Capitania dos Portos", informou.
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