29/08/2016 22:17:14
Brasil
Jornal britânico publica carta de apoiadores de Dilma
Depoimento no Senado sobre impeachment foi destaque no exterior
DivulgaçãoJornal britânico publica carta de apoiadores de Dilma
Todo Segundo Da BandNews FM

A presidente afastada, Dilma Rousseff, estampou os sites dos principais jornais mundiais nesta segunda-feira devido ao seu pronunciamento no Senado contra o processo de impeachment.

A mídia internacional destacou a acusação da petista de que há um "golpe" em curso no Brasil e o jornal britânico The Guardian publicou uma carta de parlamentares que apoiam a presidente. "Rousseff diz que está ocorrendo um golpe de Estado no Brasil", publicou o espanhol El Pais, na mesma linha adotada pelo francês Le Monde e pelo argentino Clarín.

Já o norte-americano The New York Times deu ênfase para a promessa de Dilma de que "não será calada pelo processo de impeachment". A emissora latino-americana Telesur, por sua vez, publicou que Dilma assegurou, durante todo seu pronunciamento, que não violou a Constituição nem cometeu crimes de responsabilidade fiscal em seu governo. "Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria algum ato que seja contrário aos interesses dos que me elegeram", disse Dilma, citada pela rede de TV.

O Wall Street Journal informou que a presidente afastada se defendeu de forma "enfática". A rede CNN destacou o "clima quente" da política brasileira logo após a Olimpíada, e disse que Dilma Rousseff afirmou que não cometeu crime e não vai deixar o cargo.

De maneira mais ousada, o jornal britânico The Guardian publicou uma carta aberta "condenando a suspensão da presidente Dilma Rousseff". "É completamente errado que alguns poucos parlamentares se coloquem sobre a vontade política expressa nas urnas por 54 milhões de brasileiros", diz a carta, cujo título é "Suspensão de Dilma Rousseff é um insulto à democracia no Brasil".

"O novo governo mostrou suas verdadeiras facetas ao criar um gabinete sem representatividade, somente com homens, lançando políticas neoliberais que ferem milhões de trabalhadores e pessoas de baixa renda. O governo interino não tem mandato para implementar estas políticas", critica o texto. A carta é assinada por mais de 15 parlamentares trabalhistas britânicos, como Richard Burgon, Ruth Cadbury, Lord Martin John O"Neill e Andrew Gwynne. "Nós estamos ao lado dos movimentos sociais e grupos civis da sociedade para condenar esse atentado contra a democracia no Brasil", finaliza o documento.

Dilma passou o dia dando declarações no Senado Federal, em uma das últimas etapas de seu processo de impeachment, na qual é acusada de cometer crimes de responsabilidade fiscal, chamados de "pedaladas", nas contas do governo. Desde que foi afastada da Presidência para responder ao processo de impeachment, Dilma acusa a oposição de orquestrar um golpe de Estado e tenta denunciar o "golpe" no exterior. Ela chegou até a mencionar isso, sutilmente, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em abril.

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