DivulgaçãoJustiça condena 4 réus da Lava Jato por lavagem de dinheiro de Janene Todo SegundoA Justiça Federal do Paraná condenou quatro réus da Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro de recursos que pertenciam ao ex-deputado José Janene, que morreu em setembro de 2010 e era um dos réus do suposto esquema de compra de votos de parlamentares – Mensalão.
O despacho do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância, foi publicado por volta das 12h30 desta quarta-feira (6). Os condenados são: Alberto Youssef, Carlos Habib Chater, Ediel Viana da Silva e Carlos Alberto Pereira da Costa. Ediel Viana da Silva também foi condenado por uso de documento falso.
O doleiro Alberto Youssef, apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos operadores do esquema, e que já é reincidente, foi condenado a mais cinco anos de reclusão. Esta é a segunda condenação do doleiro em processos oriundos da Operação Lava Jato – em abril, ele havia sido condenado a nove anos e dois meses de prisão, também por lavagem de dinheiro. Assim, a pena de Youssef até o momento é de 14 anos e dois meses.
Deste total, porém, ele deverá cumprir apenas três anos de prisão em regime fechado, por conta do acordo de delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal (MPF), e que foi homologado pela Justiça. Conforme o juiz Sergio Moro, mesmo que ele seja condenado em outros processos da Lava Jato, a pena em regime fechado não ultrapassará estes três anos, e a pena total não ultrapassará trinta anos de reclusão.
“Após o cumprimento desses três anos, progredirá diretamente para o regime aberto em condições a serem fixadas e sensíveis a sua segurança”, argumentou Moro. No despacho, o juiz destacou ainda que redução de pena pode ser revista se a delação premiada não for de todo verdadeira.
Youssef teve ainda R$ 1.165.600,08 confiscados pelo crime de lavagem, segundo a Justiça.
Já o doleiro Carlos Habib Chater, foi condenado a 4 anos e 9 meses de prisão, sendo que o cumprimento inicial será em regime fechado. Como ele já tem outra condenação, segundo o juiz, a pena pode ultrapassar oito anos.
Chater é dono do Posto da Torre, um posto de gasolina em Brasília, que foi usado para lavagem de dinheiro e que inspirou o nome e deu origem à operação. Ele está detido no sistema prisional do Paraná.
Carlos Alberto Pereira da Costa lavou R$ 748.447,08 dos recursos de Janene, segundo Moro. Por não ter antecedentes e ter confessado o crime, a pena dele cairia de 4 anos para 2 anos e oito meses. Porém, o juiz substituiu a pena de prisão por restrição de direitos. São elas: prestação de serviços comunitários em entidade assistencial e pagamento de 5 salários mínimos à entidade.
Já Ediel Viana da Silva lavou R$ 130.013,50 dos recursos do ex-deputado Janene. Também por não ter antecedentes e ter confessado, ele irá cumprir pena de 2 anos e 3 meses referentes ao crime de lavagem de dinheiro, mais 9 meses por uso de documento falso. Ao todo, ele ficará três anos preso.
O G1 ainda não conseguiu entrar em contato os advogados de defesa dos condenados.
Quarta sentençaAté o momento, a Justiça Federal já emitiu quatro sentenças em primeira instância em processos oriundos da Operação Lava Jato. O doleiro Alberto Youssef, que era réu em três delas, foi absolvido em uma, e condenado em outras duas ações.
A primeira sentença saiu em 21 de outubro de 2014 condenando André de Catão de Miranda, Carlos Habib Chater e Rene Luiz Pereira por lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Atendendo a pedido do Ministério Público Federal, Youssef foi absolvido neste processo.
Um dia depois, a Justiça condenou a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, acusada de atuar em parceira com Alberto Youssef em esquema de lavagem de dinheiro. Além dela, Iara Galdino, Luccas Pace Júnior e Cleverson Coelho de Oliveira foram condenados por evasão de divisas, operação de instituição financeira irregular e por pertencer a organização criminosa. Galdino também foi condenada por corrupção ativa.
No mesmo processo, Juliana Cordeiro de Moura e Maria Dirce Penasso foram condenadas pelos crimes de evasão de divisas e de operação de instituição financeira irregular. Rinaldo Gonçalves de Carvalho foi condenado por corrupção passiva.
Em 22 de abril de 2015, o juiz Sergio Moro condenou Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e mais seis pessoas por crimes ligados a desvios de recursos na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Além dos dois, foram condenados Márcio Andrade Bonilho, Waldomiro de Oliveira, Esdra de Arantes Ferreira, Leandro Meirelles, Leonardo Meirelles e Pedro Argese Junior. Os crimes considerados pela Justiça foram de lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa.
A quarta sentença foi a publicada nesta quarta (6), condenando Alberto Youssef, Carlos Habib Chater, Ediel Viana da Silva e Carlos Alberto Pereira da Costa por crimes de lavagem de recursos que pertenciam ao ex-deputado José Janene.
Do G1