09/10/2018 20:05:08
Brasil
Lava Jato deve investigar amigo de Lula que trabalhava na Petrobras
Ex-ministro Antonio Palocci acusou Wilson Santarosa de comandar pedidos de propina para o PT às empresas de publicidade que atendiam a estatal
Alice Vergueiro/FolhapressEx-presidente, Preso, Curitiba
R7

A força-tarefa da Lava Jato de Curitiba deve abrir um novo braço nas investigações na Petrobrás. O alvo é a Gerência Executiva de Comunicação Institucional da companhia.

As suspeitas cresceram depois que o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Roussef, Antonio Palocci, disse em delação premiada que o ex-gerente do setor, Wilson Santarosa, pedia propina para agências de publicidade que atendiam a estatal.

Santarosa é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É um conhecido sindicalista da região de Campinas (SP) e foi indicado ao cargo em 2003 pelo ex-ministro Luiz Gushiken.

O ex-gerente era responsável pela verba de patrocínio e publicidade da estatal, de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano. Ele permaneceu na função por 12 anos e só foi demitido em 2015.

Segundo o depoimento de Palocci à Polícia Federal, Santarosa comandou um esquema que desviava dinheiro da Petrobras ao PT. “Essas empresas destinam cerca de 3% dos valores dos contratos de publicidade ao PT através dos tesoureiros”, disse o ex-ministro. Ainda de acordo com a delação, o dinheiro desviado foi repassado a Delúbio Soares e João Vaccari, que está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Segundo Palocci, Santarosa também era ligado ao ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar, pai de Fernando Bittar, que aparece como dono do sítio de Atibaia que, segundo o Ministério Público Federal, pertence a Lula.

Até agora, a Lava Jato se concentrou em três diretorias da Petrobrás. A de Abastecimento, que foi comandada por Paulo Roberto Costa, e atenderia interesses do PP. Serviços, que teve como diretor Renato Duque, e seria ligada ao PT. Já a Internacional, gerida por Nestor Cerveró e Jorge Zelada, pertenceria ao PMDB. Todos os ex-diretores foram presos pela Polícia Federal. Agora os investigadores avaliam que a publicidade deve ser o foco da Força Tarefa.

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