Ser adotada, ter uma família legal e se formar em Medicina. Esse é o desejo de Adriele Santos, que aos 15 anos, vê as chances de ser adotada cada vez mais distante. Acolhida em uma das unidades existentes em Maceió, Alagoas, a adolescente é uma das 843 pessoas aptas para a adoção em toda a região Nordeste, que conta com 5.027 pessoas que desejam adotar.
Não, você não entendeu errado, de fato, os números parecem não bater. E isso se deve a alguns fatores, como o perfil desejado pelos pretendentes à adoção no momento em que se aderem ao Sistema Nacional de Adoção. Faixa etária, etnia, existência de comorbidades e até o fato de terem irmãos podem ser decisivos na hora de uma criança ganhar um lar ou não.
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Adoção, analisados pela Agência Tatu, no Nordeste a diferença entre o número de postulantes à adoção e crianças aptas varia de 81% a 89%, ou seja, existem uma ou duas crianças disponíveis para adoção a cada dez pessoas que desejam adotar.
No entanto, a maioria desses futuros pais e mães preferem crianças menores de quatro anos, que são a minoria das que podem ser adotadas na região. Em contrapartida, à medida que a idade aumenta, cresce também o número de crianças que a cada ano se veem mais distantes de ter um lar.
A longa espera, a decepção e o medo fazem com que depois de uma certa idade, algumas dessas crianças e adolescentes não desejem – ou não tenham mais esperança – ser adotados.
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