14/01/2016 17:00:45
Brasil
MST diz que Dilma deveria se inspirar no governo Alckmin
MST quer que Dilma se inspire no modelo agrário implantado em SP
Renato Costa/Estadão ConteúdoMST diz que Dilma deveria se inspirar no governo Alckmin
Todo SegundoO líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Gilmar Mauro teceu elogios ao governo do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo e disparou: produziu a "melhor lei de terras do Brasil". Ele também espera que o governo Dilma Rousseff (PT) se inspire na iniciativa paulista. "A melhor lei de terras do Brasil foi aprovada no Estado de São Paulo e nós esperamos que o exemplo daqui sirva também em nível nacional", afirmou.

De acordo com o líder do MST, a lei em São Paulo beneficia sete mil famílias assentadas no Estado e tem papel simbólico. "Essa lei representa muito politicamente em nível nacional, porque é a lei que nós queremos que o governo federal também aprove."

Gilmar Mauro classifica a legislação paulista de "uma bela lei" por permitir que os agricultores tenham uma "concessão" dos lotes de terra advindos da reforma agrária - em vez da antiga "permissão", considerada menos estável. A grande mudança na lei de terras é que essa concessão poderá ser passada de pai para filho, seguindo as regras do programa estadual de reforma agrária.

Segundo Mauro, o texto, que foi construído em parceria com o MST, evita que haja oportunismo e que no futuro se forme um comércio irregular dos lotes destinados à reforma agrária. "Ela impede que haja uma reconcentração de terras daqui a 20 ou 30 anos", explicou.

Faltam ações
Apesar da indireta, Gilmar Mauro não reclamou do diálogo com o governo Dilma Rousseff. Afirmou que, neste início de ano "particularmente" não teve reuniões com ministros, mas que a abertura para o diálogo não é o problema, mas sim as ações. "As conversas existem, mas precisamos retomar uma pauta concreta para avançar na reforma agrária, que, evidentemente, está parada em nível nacional", criticou.

Apoio Eleitoral

Gilmar Mauro evitou falar em alinhamento político para a disputa presidencial de 2018. Ele disse que a aproximação com Alckmin faz parte do dever do movimento. "É da nossa característica fazer pressão, mobilizar e ao mesmo tempo negociar. Temos que resolver problemas objetivos da nossa base. Independentemente de quem for o governo, qual partido for, evidentemente vamos ter que negociar."

Questionado sobre as eleições municipais deste ano, Mauro disse que o MST é autônomo e que não tem alinhamento partidário. O líder indicou que o movimento não vê problema em apoiar um candidato do PSDB se ele tiver propostas alinhadas com as do movimento. "Há uma orientação política de que queremos avanços, de votar em setores progressistas. Se dentro de setores progressistas tiver alguém do PSDB...", ponderou.

Com informações da AE

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