O alto índice de ocupação dos leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para os pacientes em tratamento de Covid-19 em Arapiraca é um dos reflexos do descumprimento do isolamento social na segunda cidade mais populosa de Alagoas. Hoje, o município já se aproxima dos 100% da ocupação dos postos destinados a esse fim, com 92% dos leitos ocupados.
Ao todo, Arapiraca conta com 127 leitos distribuídos entre a Unidade de Emergência do Agreste e o Hospital Nossa Senhora do Bom Conselho. Desses, 34 são leitos de UTI – dos quais 27 já estão ocupados, representando 79% de ocupação – e 93 são leitos clínicos, dos quais 90 já estão ocupados, o equivalente a 97% de ocupação.
O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, destacou em coletiva de imprensa nessa segunda-feira (1º) que o Estado já está providenciando a estruturação da central de triagem e do hospital de campanha, com 60 leitos clínicos, no município. “Na quarta-feira começaremos a estruturação da central de triagem e estamos finalizando o processo para dar início à estruturação do hospital de campanha”, disse.
De acordo com o 8º Boletim do Comitê Científico do Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste, publicado ontem, em Alagoas foram detectadas duas áreas que requerem preocupação, segundo dados levantados entre 12 e 26 de maio: Maceió, que apresentou um crescimento de 109% dos casos, e algumas cidades do interior do estado, mais precisamente Coruripe (257%), Maragogi (407%), São José da Laje (3200%) e Palmeira dos Índios (150%), além de São Miguel dos Campos e Arapiraca, cujo aumento de casos confirmados foi de 615% no período analisado.
De acordo com o professor Fábio Guedes Gomes, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal) e representante do estado no Comitê Científico do Consórcio Nordeste, a proximidade de alguns municípios à fronteira com Pernambuco tem influência direta no aumento dos casos.
No caso de Arapiraca, o fluxo vem da região Sul, mas tudo influenciado pela expansão da região Metropolitana de Maceió. "O período ainda não é confortável e continua sendo essencial o enrijecimento das medidas, sobretudo nos municípios cujos leitos destinados para o tratamento da Covid-19 já ultrapassam os 80% de ocupação", diz Guedes.
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