18/04/2016 13:41:30
Brasil
Oposição garante ter votos necessários no Senado para afastar Dilma por 180 dias
Líder do PSDB e ex-líder do governo dizem ter mais que 41 votos para tirar petista do poder
DivulgaçãoOposição garante ter votos necessários no Senado para afastar Dilma por 180 dias
Todo SegundoDo R7

Horas depois de o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ser aprovado na Câmara dos Deputados no último domingo (18), a oposição ao governo no Senado garante ter número suficiente de votos para afastar a mandatária do Palácio do Planalto por 180 dias.

Ontem, a Câmara autorizou processo por crime de responsabilidade contra Dilma por 367 votos favoráveis, 137 contrários e 7 abstenções – eram precisos 342 para o texto passar. O processo segue para o Senado, que deverá montar uma comissão especial e, depois, analisar em plenário se chancela a decisão da Câmara.

É necessária maioria simples de votos no Senado para que o processo seja aprovado – isso corresponde a 41 dos 81 senadores. Automaticamente, após esta etapa, Dilma é retirada do poder por 180 dias e assume o vice-presidente, no caso Michel Temer (PMDB-SP).

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), garante que a presidente terá o mandato suspenso por 180 dias porque ele diz “conhecer” e “conviver” com outros 80 senadores todos os dias.

— Sou o líder do PSDB. Convivo com os 80 senadores e posso te mostrar nome a nome 45 votos no mínimo para o afastamento. Está absolutamente certo de que a presidente Dilma será afastada temporariamente e, com a conclusão do processo, ela vai perder seu mandato pelo crime de responsabilidade que cometeu.

O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), ex-líder do governo no Senado e agora opositor de Dilma, também assegura que a oposição já tem mais que os 41 votos necessários pelo “sim” ao impeachment de Dilma.

— Hoje a manifestação de senadores e senadoras já é maior que os 41. Na verdade, se tudo ocorrer bem, e não vamos queimar etapas, vamos agir com muito cuidado até para não se judicializar o procedimento, vamos votar no momento adequado cumprindo o regimento e, se Deus quiser, atender à vontade da população brasileira.

Outro opositor, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), avisou que “a ingovernabilidade está instalada e, nós senadores da República, temos essa responsabilidade”. A proposta do democrata é acelerar o processo de análise do processo do impeachment no Senado.

-- Podemos resumir ao máximo esse calendário num acordo de procedimentos e votarmos rapidamente o parecer da comissão. Acredito eu que, em no máximo, em 10 dias [haverá a votação do processo e consequente afastamento de Dilma].

-- O Senado Federal precisa só de celeridade. É nós encurtarmos o calendário para o Brasil não viver um hiato sem governo.

Reação
O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), aposta na influência que os governadores e os Estados têm para reverter o jogo em favor do governo na Casa Legislativa.

— Lá é diferente. A realidade dos Estados termina interferindo de uma forma mais forte que a questão partidária. Tem o trabalho dos governadores, da população que se mobiliza, então, vamos analisar tudo isso a partir de amanhã [segunda-feira].

Costa já se prepara para a formação da comissão especial de impeachment, que terá maioria do PMDB. O partido poderá, inclusive, escolher a presidência ou a relatoria do colegiado, por ter maioria na Casa.

— São 21 membros, pela proporcionalidade, teremos um número maior de integrantes do PMDB, do PT e do PSDB. Mas eu acredito que nós temos e vamos ter um debate mais elevado na comissão que esse aqui da Câmara e creio que vamos conseguir.

O ex-líder do governo e agora opositor Jucá, porém, está muito confiante numa vitória no Senado.

— A partir de amanhã [segunda-feira], a bola está com o Senado. A bola está no tapete azul e nós vamos jogar. O presidente Renan tem dito que presidirá o Senado de forma institucional. Renan é um presidente experiente, é um político habilidoso. Ele agirá com muito equilíbrio.

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