Futura Press/Estadão ConteúdoPrimeiro protesto após aceitação do impeachment tem menor público do ano Todo SegundoCom Agências
Mesmo após a aceitação do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, as manifestações deste domingo (13) em cerca de 90 cidades brasileiras registraram público menor do que nos atos anteriores, quando ainda não havia definição sobre um eventual processo de afastamento. Os próprios organizadores admitem que esperavam menos gente e dizem que não tiveram tempo suficiente para a mobilização.
A adesão foi visivelmente menor do que no dia 15 de março, quando mais de 2 milhões de pessoas foram às ruas. O último ato contra o governo havia sido no dia 16 de agosto e teve público aproximado de 880 mil pessoas.
As manifestações de hoje em nove grandes capitais (São Paulo, Belém, Salvador, Recife, Brasília, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte) somaram cerca de 50 mil pessoas, segundo números divulgados pelas polícias locais.
BrasíliaO ato marcado para as 10h na capital federal começou de forma tímida na Esplanada dos Ministérios. Segundo a Polícia Militar, 6.000 pessoas participaram do protesto. Os organizadores justificam que foi “só um esquenta” e que “uma semana é muito pouco e não temos meios de comunicação para mobilizar mais gente”. A manifestação de março, no DF, teve público de 60 mil, segundo a PM.
Algumas mulheres que defendiam a intervenção militar causaram uma discussão em frente ao Congresso Nacional. O Corpo de Bombeiros precisou socorrer um manifestante que desmaiou enquanto caminhava pela Esplanada. Não se sabe o que aconteceu com ele.
Rio de JaneiroÀs 13h, começaram os protestos nas duas maiores cidades do País. Os atos em São Paulo e no Rio de Janeiro duraram menos de três horas. Na orla de Copacabana, os organizadores dizem que reuniram 20 mil pessoas, número que a PM garante estar inflado, apesar de não divulgar uma estimativa.
O ato teve a presença dos deputados federais Jair Bolsonaro (PP-RJ), Índio da Costa (PSD-RJ), Otavio Leite (PSDB-RJ); do senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB) e do humorista Marcelo Madureira, que usou o carro de som para criticar o PT.
— Onde tem um tostão de dinheiro público tem a mão de rapina do PT [...] O Brasil se encontra em uma encruzilhada. A gente quer saber se queremos viver no País do juiz Sérgio Moro ou do Lula.
São PauloA imagem de 15 de março que mostrava a avenida Paulista tomada por manifestantes — naquela ocasião a PM estimou 1 milhão de pessoas no evento — não se repetiu neste domingo. Segundo a Polícia Militar, o público foi de 30 mil hoje. Os organizadores estimam 80 mil e o instituto Datafolha calculou 40,3 mil participantes.
Na avenida Paulista, manifestantes dividiam espaço com ciclistas e com pessoas que foram aproveitar o domingo de sol e calor. Passaram pela manifestação os senadores do PSDB Aloysio Nunes Ferreira e José Serra, que discursou rapidamente em um carro de som.
— Eu acredito que só a mobilização da população brasileira vai tirar o Brasil desta situação. Estejam certos de uma coisa: no Congresso nós lutamos pela mesma coisa.
Duas mulheres foram detidas pela Polícia Militar após mostrarem os seios no meio da avenida Paulista. Ju Isen, conhecida como a Musa das Manifestações, e Jéssica Lopes, conhecida como a Peladona de Congonhas, foram levadas a uma delegacia da região.
Belo HorizonteCerca de 5.000 pessoas, segundo a PM, participaram do protesto de hoje na capital mineira. Os organizadores estimam 6.000. Em 15 de março, a manifestação contra o governo mais de 24 mil pessoas às ruas.
Houve um princípio de tumulto no ato deste domingo, quando um homem se aproximou de um boneco inflável do ex-presidente Lula, o Pixuleco, e tentou furá-lo, segundo pessoas próximas. Ele foi retirado por policiais do local e levado a uma viatura, que foi cercada por alguns manifestantes. A PM usou spray de pimenta para dispersar o grupo.
CuritibaNa cidade onde tramita boa parte da Operação Lava Jato, cerca de 7.000 pessoas (segundo a PM) foram às ruas neste domingo e fizeram uma homenagem ao juiz federal Sérgio Moro. O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Edson Fachin foi tratado como “vilão”. Os organizadores dizem que o ato reuniu 20 mil manifestantes.
Essa foi a quinta manifestação do ano contra a presidente Dilma Rousseff na capital paranaense e também a menor. No dia 15 de março, o protesto reuniu cerca de 60 mil pessoas. Também teve Pixuleco: a organização fala que o boneco inflável de Lula vestido de presidiário custou R$ 3.000.
Porto AlegreAlém dos manifestantes, o Parque Farroupilha reuniu também famílias que foram curtir o domingo de sol na capital gaúcha. A Brigada Militar e os organizadores divergiram sobre o número de participantes. A polícia fala em 400 pessoas e o Movimento Brasil Livre diz que foram 3.000.
FlorianópolisA concentração começou por volta das 13h, na avenida Beira-Mar Norte. Segundo a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas participaram do protesto, com faixas e cartazes. Assim como em outras cidades, o ato na capital catarinense também teve público menor do que os anteriores.
RecifeCerca de 500 pessoas se reuniram no fim da manhã em Boa Viagem para pedir a saída da presidente. O evento durou uma hora e meia.
SalvadorOs movimentos esperavam pelo menos 5.000 participantes no protesto pró-impeachment no Farol da Barra. Porém, apenas 500 pessoas foram ao local, segundo a PM. A organização falou em 1.500 a 2.000 manifestantes.
BelémPouco mais de 1.000 pessoas se reuniram na praça da República para uma caminhada na manhã de hoje. O ato teve um princípio de tumulto, quando integrantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que defendem a presidente Dilma, aproximaram-se. A Polícia Militar precisou intervir.
CampinasA concentração foi no Largo do Rosário, no centro, onde estiveram cerca de 1.000 manifestantes. O líder do PSDB na Câmara e um dos principais defensores do impeachment, Carlos Sampaio, participou do ato.