O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, determinou, nesta quinta-feira (21), que o ex-presidente Michel Temer, preso preventivamente na operação Radioatividade, seja levado para Unidade Prisional da Polícia Militar de Niterói, mesmo local onde também está o ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão.
A decisão se estende aos investigados Moreira Franco, por ter exercido o cargo de ministro, e João Baptista Lima Filho, por ser coronel reformado da Polícia Militar.
Temer foi detido em São Paulo por agentes da Polícia Federal e deverá chegar ao Rio de Janeiro ainda nesta tarde. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o ex-presidente e outras nove pessoas são alvos da operação Radioatividade, que é um desdobramento da Lava Jato.
As investigações apontam que Michel Temer é líder de uma organização que recebeu propina na construção da usina nuclear de Angra 3 por meio de contratos com empreiteiras.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de cartel, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e fraudes à licitação.
O MDB, partido de Michel Temer e Moreira Franco, se manifestou por meio de nota:
"O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa.
O escritório Moraes Pitombo Advogados, responsável pela defesa de Moreira Franco também se pronunciou por meio de nota:
A defesa de Wellington Moreira Franco vem manifestar inconformidade com o decreto de prisão cautelar. Afinal, ele encontra-se em lugar sabido, manifestou estar à disposição nas investigações em curso, prestou depoimentos e se defendeu por escrito quando necessário.
Causa estranheza o decreto de prisão vir de juiz de direito cuja competência não se encontra ainda firmada, em procedimento desconhecido até aqui.
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