O uso de celular tem gerado especulações sobre possíveis doenças associadas a essa prática. Uma delas é sobre o aumento do risco da síndrome do túnel do carpo ao manter o punho flexionado durante uma selfie - o chamado "punho de selfie".
De acordo com Levi Harrison, um médico de San Francisco entrevistado pela rede de TV norte-americana Fox News, o esforço repetitivo para manter a câmera do celular firme levaria ao aumento da compressão do canal do carpo, por onde passam estruturas como nervos, tendões, veias e artérias, gerando o problema.
"Seu próximo selfie pode ser o mais doloroso", disse ele.
O fisioterapeuta Bernardo Sampaio, da Sociedade Brasileira de Reabilitação de Coluna, explica que os principais sintomas da síndrome do túnel do carpo são perda de força no punho, formigamento e alteração circulatória.
A diferença entre síndrome do túnel do carpo e tendinite é que estão relacionadas a estruturas diferentes. No primeiro caso, a dor é provocada pela compressão das estruturas dentro do túnel do carpo, no segundo, por irritação nos tendões provocada por sobrecarga.
É possível curar a doença. "O tratamento considerado conservador, que é a fisioterapia, vai muito bem. Caso não resolva, o procedimento cirúrgico é indicado, mas é considerado relativamente simples", afirma.
Para prevenir o problema, são indicados o alongamento e fortalecimento da região.
O Irish Medical Journal relatou incidentes que associam a prática do selfie a traumas de punho. Entre os incidentes descritos no estudo estão o de uma menina que tentou tirar uma selfie enquanto pulava de um trampolim, caindo sobre o punho e sofrendo fratura, o de uma mulher que também sofreu fratura de punho ao tentar se fotografar subindo degraus e de outra mulher que tentou dar um passo para trás, enquanto tirava selfie, tropeçou em pedras, e também fraturou o punho.
Cerca de 62% dos norte-americanos entre 18 e 34 anos fizeram ao menos uma selfie por ano, segundo o portal norte-americano Statista.
E-mail: [email protected]
Telefone: 3420-1621