O coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil de Alagoas, disse na manhã desta sexta-feira (01), que o colapso da mina da Braskem em Maceió não pode ser evitado.
“Não existe tecnologia para mitigar a situação de Maceió. A mina vai eclodir a qualquer momento”, afirmou o oficial. Segundo o especialista, as ações de prevenção deveriam ter sido feitas no passado.
“A mina está em evolução, em movimento acelerado, e se aproxima cada vez mais da superfície”. As defesas civis estadual e municipal estão fazendo monitoramento 24 horas e o plano de contingência já está em vigência para atender a população de Maceió.
“Estamos passando orientações para a população. Os cidadãos podem manter a calma, não vai acontecer tsunami, terremoto ou abrir um buraco enorme na cidade”, diz o coordenador.
A mina está localizada 60% na lagoa Mundaú e 40% no continente, em uma área que já está isolada. “A cratera pode atingir um raio de 150 metros e a população está afastada a 2km de distância. O dano ambiental é certo que vai acontecer, mas não teremos vidas tragadas”, informa a Defesa Civil de Alagoas.
Quando a mina eclodir, a cratera deve ser preenchida com as águas da lagoa Mundaú. “A caverna tem 120 metros de altura, 60 metros de diâmetro e um raio de 30 metros. Ela será preenchida com cerca de 400 a 500 mil metros cúbicos de água”.
Segundo a Defesa Civil estadual, os estudos mostram que a mina está subindo para a superfície e não deve atingir outras minas. “Dará um abalo pequeno na lagoa, com um desvio de centímetros ou milímetros”, afirma o coronel.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Alagoas, a Braskem está na região há cerca de 60 anos. “O ideal seria que a cratera não tivesse sido explorada, os geólogos falam isso desde os anos 70. Com o passar do tempo, foi desencadeando uma série de perfurações que não obedeceram às normas técnicas. Se tivessem obedecido às normas técnicas, com certeza Maceió não estaria passando por isso”, pontuou ele.
“Houve a concessão para que a mineradora fizesse a extração de sal desde a década de 70. Os técnicos acreditavam que essas cavernas seriam preenchidas com água pressurizada e que manteria o solo estabilizado. Os geólogos da época já contestavam também que a maioria dessas minas seriam um queijo suíço, são 35 minas aqui nesse entorno de 2 ou 3km”, explicou o coronel Moisés Melo.
Em nota, a Braskem informou que a situação vem se intensificando e que estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para a diminuição do impacto. A empresa reforçou ainda que segue acompanhando e compartilhando os dados de monitoramento em tempo real com as autoridades competentes.
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