Um avião militar ucraniano caiu perto de Kiev, nesta quinta-feira (24), com 14 pessoas a bordo - anunciou o Serviço de Situações de Emergência.
A queda da aeronave se deu próximo à localidade de Trypillia, cerca de 50 quilômetros ao sul da capital ucraniana, conforme a mesma fonte.
Nesta madrugada, a Rússia iniciou uma invasão da Ucrânia, com ataques aéreos em todo o país, incluindo na capital Kiev, e a entrada de forças terrestres ao norte, leste e sul, provocando dezenas de mortos, segundo as autoridades ucranianas.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países. Os 27 membros da União Europeia se reúnem na parte da tarde em Bruxelas, enquanto a Otan convocou uma videoconferência para sexta-feira.
Dois dias depois de reconhecer a independência dos territórios separatistas ucranianos na região de Donbas, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou durante a madrugada a invasão do país vizinho.
"Tomei a decisão de uma operação militar", declarou Putin em um discurso. "Vamos nos esforçar para alcançar uma desmilitarizaração e uma desnazificação da Ucrânia", afirmou.
"Não temos nos nossos planos uma ocupação dos territórios ucranianos, não pretendemos impor nada pela força a ninguém", assegurou, apelando aos soldados ucranianos "a deporem as armas".
Ele repetiu suas acusações infundadas de um "genocídio" orquestrado pela Ucrânia nos territórios separatistas pró-Rússia no leste do país e utilizou como argumento o pedido de ajuda dos separatistas e a política agressiva da Otan em relação à Rússia, da qual a Ucrânia seria uma ferramenta.
Seu porta-voz, Dmitry Peskov, disse a repórteres que Moscou pretende impor um "status neutro" à Ucrânia, sua desmilitarização e a eliminação dos "nazistas" que, segundo ele, estão no país.
"A duração (da operação) será determinada por seus resultados e sua relevância. Isso será determinado pelo comandante-em-chefe", declarou, referindo-se ao presidente Putin.
"De modo ideal, a Ucrânia precisa ser libertada e limpa dos nazistas", reiterou, acrescentando que seu país não está tentando organizar uma "ocupação".
Pouco depois da meia-noite começaram a ser ouvidas explosões em várias cidades ucranianas, da capital, Kiev, a Kharkiv, a segunda maior cidade do país na fronteira com a Rússia, mas também em Odessa e Mariupol, às margens do Mar Negro.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, proclamou a lei marcial no país e pediu aos compatriotas que "não entrem em pânico", antes de anunciar o rompimento das relações diplomáticas com Moscou.
Por volta das 10h00 GMT (7H00 de Brasília), seu gabinete informou que "mais de 40 militares ucranianos morreram, dezenas ficaram feridos" e "quase 10 civis morreram".
As autoridades da região de Odessa também indicaram que 18 pessoas morreram em um vilarejo bombardeado pela Rússia.
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