A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de impugnar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência nas eleições de outubro no Brasil repercutiu na imprensa internacional neste sábado (1). O jornal La Nacion, da vizinha Argentina, chamou a candidatura de Lula de "polêmica" e comentou que a decisão do TSE "encerra as especulações" sobre o petista.
"Já passava da meia-noite, em uma sessão extraordinária em Brasília que se estendeu por mais de 10 horas, a maioria do TSE, por seis votos contra um, decidiu impugnar a polêmica candidatura do líder máximo do PT ao considerar que ia contra a legislação que proíbe que uma pessoa condenada em segunda instância concorra a um cargo eletivo", escreveu o jornal.
Na Itália, o La Repubblica destacou que, "durante a longa sessão do TSE, os magistrados se convenceram de que não há dúvidas quanto ao fato de Lula ficar inelegível com base na 'lei da ficha limpa'", e que o único ministro que votou a favor do petista, Edson Fachin, "se fez com base na carta do Comitê de Direitos Humanos da ONU que pedia o direito de Lula de se candidatar até que todos os recursos de sua condenação fossem votados". Já o Corriere dela Sera afirmou que, apesar da decisão do TSE, Lula "continua sendo o mais amado pelo voto", liderando as pesquisas de intenção de voto. "A esquerda agora se encontra sem um candidato e o país corre o risco de cair nas mãos de um perigoso fascista como o ex-militar Jair Bolsonaro", ressaltou o diário.
O francês Le Monde, por sua vez, noticiou a decisão do TSE e relembrou o processo no qual Lula foi condenado a 12 anos de prisão pelo caso de um tríplex no Guarujá. O petista cumpre pena em Curitiba desde abril.
O El País, na Espanha, comentou que a Justiça brasileira "estreitou o cerco legal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente até o limite". A britânica BBC citou que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad deverá substituir Lula como candidato do PT às eleições de 7 de outubro à Presidência, enquanto o americano The New York Times disse que a decisão do TSE "aumenta a incerteza da corrida presidencial no maior país da América Latina, sem favoritos ao pleito".
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