15/05/2018 20:09:03
Internacional
ONG aponta violação a direitos humanos na Rússia e pede apoio à Fifa
A HRW pediu, além disso, que a Fifa interceda pelo jornalista esportivo veterano Hajo Seppelt, da televisão pública alemã ARD
DivulgaçãoAs informações são da EFE
Agência Brasil

A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta terça-feira (15) que a Copa do Mundo da Rússia, que começa em um mês, será realizada em um momento no qual o país anfitrião vive "a pior crise de direitos humanos desde a era soviética", ao mesmo tempo em que pediu que a Fifa faça valer sua influência junto às autoridades russas. As informações são da EFE.

O torneio, que será disputado entre junho e julho em 11 cidades russas, acontece em um "ambiente hostil e de deterioração para os direitos humanos", ressalta a organização em comunicado divulgado em Berlim por ocasião da publicação de um guia de 44 páginas sobre a matéria e destinado aos jornalistas que cobrem o evento.

A HRW lembra que as autoridades russas "usam de maneira habitual leis restritivas para reprimir as liberdades de reunião, de associação e de expressão" e que "os funcionários do governo empregam mão dura contra a oposição mediante a aplicação de leis repressivas e aumentando a censura na internet".

Por isso, a Fifa deveria fazer valer sua influência com as autoridades russas para abordar abusos contra os direitos trabalhistas – relacionadas a obras para o Mundial –, a restrição de liberdades fundamentais e a contínua repressão aos ativistas pró-direitos humanos.

A HRW pediu, além disso, que a Fifa interceda pelo jornalista esportivo veterano Hajo Seppelt, da televisão pública alemã ARD, que tinha informado amplamente sobre o escândalo de doping na Rússia e que foi impedido de ir ao Mundial depois que o país anfitrião lhe negou o visto.

"A Fifa ainda tem tempo de demonstrar que está disposta a fazer valer sua influência junto ao governo russo para cumprir com suas próprias políticas de direitos humanos. O interesse é garantir que este lindo jogo não seja manchado por um ambiente desagradável de discriminação e repressão", declarou o diretor da HRW para a Europa e a Ásia Central, Hugh Williamson.

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