A oposição venezuelana prometeu ampliar o mandato da atual legislatura além de janeiro de 2021, após a Suprema Corte do país, que é ligada ao governo do presidente Nicolás Maduro, nomear um órgão eleitoral para supervisionar as eleições parlamentares previstas para este ano.
Uma extensão do mandato permitiria que Juan Guaidó, reconhecido por diversos países como o líder legítimo da Venezuela por ser presidente da Assembleia Nacional, que é controlada pela oposição, permanecesse nesse papel, mesmo se os partidos de oposição boicotarem as eleições marcadas para o fim do ano.
A Constituição da Venezuela atribui o poder de nomear membros do conselho nacional eleitoral ao Congresso, mas a Suprema Corte --amplamente vista como leal ao governo socialista de Maduro-- nomeou, na sexta-feira, seu próprio comitê, após decidir que o Legislativo não o havia feito.
Líderes da oposição denunciaram a medida como uma tentativa de manipular a eleição.
“A atual legítima Assembleia Nacional continuará, enquanto nenhum processo eleitoral constitucionalmente válido para substituí-la seja realizado”, escreveu Henry Ramos, parlamentar sênior do bloco Ação Democrática, no Twitter, na noite de sexta-feira.
José Ignácio Hernández, principal representante legal de Guaidó em outros países, escreveu no Twitter que a Constituição diz que o mandato da Assembleia dura até que haja condições para que eleições justas sejam realizadas.
O ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente ao pedido por um comentário.
A decisão da corte de nomear seu próprio conselho levantou a probabilidade de que partidos de oposição boicotassem a eleição parlamentar, como fizeram com a reeleição de Maduro, em 2018.
Perder o controle da Assembleia Nacional, mantido pela oposição desde o começo de 2016, complicaria a posição de Guaidó.
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